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Banqueiro cria 1ª instituição privada para financiar a ciência no Brasil

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Banqueiro cria 1ª instituição privada para financiar a ciência no Brasil

Andre Borges/Agência Brasília

Pesquisa sobre fertilização in vitro de mudas

Laboratório de fertilização in vitro do Jardim Botânico reproduz mudas de árvores com risco de desaparecimento

 

Em meio à crise brasileira, o país terá, pela primeira vez, uma instituição privada para apoiar a ciência. Trata-se do Instituto Serrapilheira, que será financiado pelo documentarista João Moreira Salles, da família fundadora do Unibanco, e sua mulher, Branca Moreira Salles. O objetivo será apoiar pesquisadores brasileiros nas ciências naturais e exatas.

Moreira Salles e Branca doaram R$ 350 milhões a um fundo patrimonial. Os rendimentos do fundo financiarão trabalhos de doutores em áreas como Medicina, Biologia, Matemática, Química e Física. A meta é buscar os melhores de cada área e ajudá-los a chegar a descobertas de destaque mundial. Até o fim do ano, devem ser anunciados os primeiros contemplados.

Serão selecionadas cerca de 140 pessoas, que receberão por volta de R$ 100 mil cada uma. Depois, os mais promissores poderão ganhar bolsas com valor individual de até R$ 1 milhão em três anos. Por ano, serão R$ 15 milhões. As verbas poderão ser usadas livremente pelos pesquisadores. O destino poderá ser, por exemplo, compra de equipamentos, pagamento de salários de uma equipe ou viagens a congressos. O instituto busca tornar mais relevante a produção científica no país.

Sem medalhas
“O impacto da ciência brasileira ainda é pífio, com raríssimas exceções. Não temos nenhum Prêmio Nobel, nenhum Abel (de Matemática), só uma medalha Fields (de Matemática, concedida a Artur Ávila). Há muitos jovens pesquisadores bons e sem nenhum tostão”, disse o engenheiro Edgar Zanotto, professor titular da Universidade Federal de São Carlos, que está à frente do Conselho Consultivo da instituição.

O conselho é composto de 12 notáveis, como o matemático francês Étienne Ghys e a geneticista Mayana Zatz. São eles quem farão as escolhas de cientistas e projetos. A seleção levará em conta gênero, raça e local de origem. O objetivo é que os selecionados não sejam apenas homens brancos e do Sudeste e Sul .

O diretor-presidente, o geneticista francês Hugo Aguilaniu, destacou que não haverá cobrança de resultado rápido nem de publicações em revistas científicas. Será respeitado “o tempo da ciência”.

Moreira Salles espera inspirar outros. “Queremos ser grandes, criar cultura de ciência no Brasil, como é nos EUA, na China. Lá, é cool ser cientista; aqui, é esquisito, coisa de nerd.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo 

(Com Agência Estado)

 

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