Fred Gustavos
Neste sábado (17), as latinoamericanas são, mais uma vez, as inspirações da mato-grossense Thereza Helena
O mês de março celebra a resistência histórica das mulheres e marca, também, o lançamento de uma nova temporada da artista mato-grossense Thereza Helena. Não à toa, pois, a cada ano, a cada peça e projeto, a atriz homenageia uma personalidade feminina importante nesta trajetória global. Desta vez é Frida Kahlo.
A artista plástica ganha vida nas cênicas neste sábado (17), às 19h, no Espaço Mosaico. O local, por sua vez, ajuda a ambientar o espetáculo com a forte presença da natureza que caracteriza uma “casa da árvore” em pleno centro de Cuiabá. Os ingressos serão vendidos antecipados a R$20,00 e R$10,00 (meia entrada) pelo (65) 98134-6357 ou (65) 98164-4023.
No primeiro ano de “Inhamor”, Thereza arregaçou as mangas de sua camisa jeans para trazer à cena a ícone estadunidense Rosie The Riveter. O projeto nasce para retratar aspectos do cotidiano feminino a problematizar comportamentos taxativos e segregadores. “As histórias de vida dessas mulheres perpassam a dramaturgia, atualizando as questões históricas de Inhamor”, explica.
Neste sábado, as latino-americanas, mais uma vez, são as inspirações de Thereza. Como a ancestralidade de Pachamama, a “Mãe Terra” que a artista constrói através do hibridismo dos bonecos, agora as flores, cores quentes e fortes de Frida Kahlo também traz à tona estéticas desafiadoras que se expressam na relação com a natureza.
A história de Frida se constrói resistente em um México católico e conservador. A terceira filha de uma indígena e um alemão, “causou” em trajes masculinos e, em suas obras, destacou uma trajetória de traumas e revoluções, recorrentes de sua saúde debilitada e a relação amorosa e conturbada com o muralista Diego Rivera.
“Pouca gente menciona os enfrentamentos pessoais dessa mulher incrível. Ela enfrentou questões com a admissão de sua bissexualidade, aborto, relacionamentos fora do casamento, saiu de várias caixinhas”, ressalta Thereza.
Segundo a atriz, a escolha da personagem ainda reforça a diversidade do feminino, tão reafirmada em busca da liberdade plena de ser, na contramão de estereótipos. “Não é um único modelo de mulher, muito pelo contrário, percebo que é a afinação da multiplicidade feminina. A prática do discurso de que a mulher pode ser e fazer o que quiser. É uma revolucionária”, completa.
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