Para mim, o grande desafio de ser mãe é ter que assistir de camarote aos tropeços do filho sem poder fazer muito. Porque, afinal, só aprendemos quando erramos. E para aprender temos que viver, chorar, cair e levantar. Ainda assim, seguem alguns conselhos que gostaria que meu filho ouvisse:

“Fulano não é seu amigo. Ele é uma péssima influência!”
O que a mãe sabe: Do alto de seus 40 e poucos anos, você já tem bagagem para saber quem são as pessoas. De longe, você consegue perceber quem pode melhorar a vida do seu filho — pelas conversas, pela atitude, pelo jeito de olhar o mundo. Como a gente sabe? Porque viveu. Teve que se decepcionar e aprender a selecionar, ao longo do caminho, quem valia a pena ficar na nossa vida.

O que o filho faz? Não te ouve e segue em frente. Acredita que tem os melhores amigos do lado até chegar o dia em que quebra a cara e te dá razão para o que você falou lá atrás.

“Espere até ter 18 anos para beber. Não é à toa que existem leis para atestar o que digo!”
O que a mãe sabe: A mãe não é puritana. Pelo contrário. Fruto de um tempo permissivo demais, ela viu muita gente se afundar, se perder e jogar a vida fora porque viveu tudo muito cedo. Além de estar cansada de ler artigos sobre estudos que comprovam que quem começa a beber quando adulto tem menos chance de virar dependente.

O que o filho faz: É só os amigos começarem a fazer pressão para ele cair em tentação. Já não é tão criança, mas também não é adulto. Pena que ainda não tenha consciência de que basta apenas dizer “não” e seguir em frente. O mundo não vai acabar se não seguir a onda da turma.

“Aprenda a estudar. É preciso ter disciplina para conseguir o que se quer”.
O que a mãe sabe: Teve que descobrir, na marra, que não se chega a lugar algum sem esforço. Teve que fazer cursinho, sofrer para tentar fazer em um ano o que não havia feito os três do colegial. E, ainda assim, ficou com a sensação de que faltou se aprofundar em muitas matérias.

O que o filho faz: Deixa para estudar na última hora ou estuda apenas pelo caderno e não pelo livro. Quer cortar caminho, seguir pelo o que é mais fácil e parece caminhar para repetir a história da mãe no cursinho.

“Não ligue para marcas de roupa, filho. É tudo passageiro. Não vale a pena gastar o que temos — e o que não temos — só para vestir a grife da moda”.
O que a mãe sabe: Passou boa parte da vida pensando em marcas até ter uma fase de desapego, quando descobriu que etiqueta famosa não é sinônimo de felicidade. Pelo contrário, era algo que a prendia a um estilo de vida muitas vezes insustentável.

O que o filho faz: Entra de cabeça numa fase em que jura que a vida só faz sentido se usar algo de grife. E parece custar a entender que não será o que veste por fora que o fará ser o mais querido do pedaço. É o que vem de dentro que conta e faz a vida ter sentido.

“Namore quem gosta de ler um bom livro e aprecia as coisas simples, como conversar, ir ao cinema”.
O que a mãe sabe: Até tem pesadelo ao pensar numa nora que só valoriza a aparência. Fala por experiência própria. Sonha que o filho encontre uma garota que goste de ler e aprecie as coisas simples.

O que o filho faz: Lógico que o filho vai se encantar pela mais patricinha da escola. Aquela que liga para o carro, o tênis, a camisa e nunca leu um livro inteiro na vida. O argumento do filho é que “mulher bonita não fica em casa lendo livros”.

Ah! Se ele soubesse. Ah! Se ele me ouvisse…

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