O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou hoje (6) a operação Caixa de Pandora. Dezenove pessoas, incluindo policiais penais e advogados, são alvos de 43 mandados de busca e apreensão em Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres.
As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais.
Segundo o Gaeco, o grupo é investigado por promover articulação para garantir a entrada de materiais ilícitos, tais como aparelhos celulares e assessórios nas unidades prisionais da Capital, obtendo, assim, vantagem econômica ilícita e causando inúmeros prejuízos à segurança pública dentro e fora do Estado.
A investigação apontou que servidores do Sistema Penitenciário ingressaram e/ou facilitaram a entrada de aparelhos celulares e acessórios na Penitenciária Central do Estado (PCE), os quais eram utilizados pelos presos. Através dos dispositivos, os detentos praticavam e ordenavam vários crimes extramuros.
Ainda conforme o Gaeco, a entrada dos aparelhos se dava através de advogados, os quais se valiam da prerrogativa de sua profissão para entregar aparelhos celulares, componentes e acessórios durante visitas aos internos no parlatório. Os 4 advogados investigados tiveram suspenso o direito de exercício profissional por decisão judicial.
As investigações revelaram também que um freezer novo contendo sinais de violação deu entrada na PCE com a finalidade de transportar em seu interior inúmeros aparelhos celulares.
A denominação “Caixa de Pandora” é uma metáfora usada para caracterizar ações que, menosprezando o princípio de precaução, desencadeiam consequências maléficas, terríveis e irreversíveis.
Operação
185 agentes de segurança da Polícia Militar e Polícia Civil participam da operação deflagrada hoje (6). Às 5 horas, o auditório da Procuradoria-geral de Justiça já estava lotado de agentes para as últimas orientações sobre as diligências a serem realizadas. No estacionamento do prédio, dezenas de viaturas foram posicionadas em locais estratégicos para garantir agilidade no momento da saída, que ocorreu minutos antes da 6 horas.
O Gaeco é uma força-tarefa permanente constituída pelo Ministério Público Estadual de Mato Grosso, Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo.
A Operação tem o apoio da Polícia Civil, através da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERFVA), Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá/MT e de Várzea Grande/MT (DERF), Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá/MT, Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (DEDDICA), 1ª Delegacia de Polícia de Várzea Grande/MT, Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande/MT e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Polícia Militar, através do Comando Regional 1 (CR1), Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (ROTAM), Força Tática do CR1, Grupo de Apoio do CR1, Diretoria da Agência Central de Inteligência da PMMT.
O que disse a Sesp?
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública disse que apoia a ação do Gaeco, que realizou buscas em 3 unidades prisionais de Cuiabá e Várzea Grande e na sede da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária, tendo servidores como alvos da ação.
“Vale destacar que o foco das investigações não é a gestão do Sistema Penitenciário e que as buscas foram feitas em computadores e equipamentos utilizados especificamente pelos investigados. A Sesp ressalta que aguarda informações do Gaeco para definição e adoção imediata de medidas administrativas e reforça que não coaduna com práticas criminosas e desvio de conduta na prestação de serviços à sociedade”.
(Com Assessoria)