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Advogado diz que cabo investigado por grampos foi ameaçado de morte

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Advogado diz que cabo investigado por grampos foi ameaçado de morte

Ednilson Aguiar/O Livre

Comando Geral da PM

Advogado vai ao Comando Geral da PM que forneça escolta a cabo

O cabo Euclides Torezan, preso junto com outros militares no mês passado, foi solto nesta terça-feira (11) por decisão do desembargador Orlando Perri. O advogado dele, André Stumpf, diz que o cabo foi ameaçado de morte e que pedirá escolta e proteção policial para ele ao Comando Geral da PM. “Veio um aviso de que ele iria morrer”, relatou Stumpf.

Torezan é formado em Tecnologia da Informação e atuou no Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Ele entregou à Justiça o celular que utilizava e as conversas de um grupo de WhatsApp que atuava na central de inteligência montada pela PM num prédio no Centro de Cuiabá.

Segundo a defesa, por conhecer bem o funcionamento do programa Guardião (utilizado no Gaeco), o cabo foi convidado por uma empresa de TI a desenvolver um programa similiar para escutas, batizado de Sentinela. Acabou sendo deslocado para o escritório da PM. “Ele não sabia que a finalidade era ilegal”, afirma Stumpf.

Em depoimento colhido pela Corregedoria-Geral da Polícia Militar (PM) no final de maio, a sargento Andrea Pereira de Mouro Cardoso, que foi apontada como um dos três militares que tiveram acesso a escutas ilegais, informou que um escritório no Centro de Cuiabá, equipado com telefones e computadores, teria sido montado a partir de articulações do coronel Siqueira Junior.

Prisão
Torezan foi preso no dia 23 de junho, junto com outros seis militares, incluindo o chefe da Casa Militar, coronel Evandro Lesco. Em maio, 
foram presos outros dois militares: o coronel Zaqueu Barbosa, ex-comandante geral da Polícia Militar, e o cabo Gerson Luiz Golveia Júnior. 

Barriga de aluguel
A denúncia de grampos ilegais veio à tona em dia 11 de maio, quando o então secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, pediu exoneração do cargo. O esquema teve início nas eleições de 2014, quando Silval Barbosa (PMDB) era governador e Pedro Taques (PSDB) disputava as eleições.

Em 2015, depois da vitória de Taques, novos nomes foram incluídos e o esquema teria durado até o final daquele ano. A manobra é conhecida como barriga de aluguel: números de pessoas comuns, sem qualquer ligação com uma investigação, são colocados num pedido de quebra de sigilo à Justiça.

No esquema, foram incluídos números da deputada estadual Janaína Riva (PMDB), do ex-vereador Clovito Hugueney (falecido), do desembargador aposentado José Ferreira Leite, do jornalista José Marcondes “Muvuca” e do advogado eleitoral ligado ao PMDB José do Patrocínio, entre outras pessoas. 

As denúncias foram feitas pelo promotor e ex-secretário de Segurança Pública (Sesp) Mauro Zaque – ele afirma ter avisado o governador Pedro Taques, por diversas vezes, sobre os grampos. O governador afirmou que denúncias verbais eram “fofoca” e que a documentação com a denúncia nunca chegou às suas mãos.

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