Ednilson Aguiar/Olivre
O combate aos sonegadores, segundo Gallo, foi uma opção depois que o governador Pedro Taques decidiu não aumentar impostos
Sozinha, uma empresa do setor varejista rendeu ao Governo do Estado cerca de R$ 140 milhões em pagamento de dívida em impostos. O valor foi arrecadado durante o mutirão fiscal realizado na Arena Pantanal na última semana. Os sócios da empresa aceitaram pagar o débito com o Estado e inflacionaram os resultados do mutirão.
Por questões de sigilo fiscal, a empresa não teve o nome revelado. O valor representa 53% do total arrecadado durante o mutirão fiscal. Ao todo, a PGE conseguiu renegociar R$ 260.835.430,94 em 11.972 acordos. Estes números abrem um debate sobre a necessidade de se intensificar o cerco contra os grandes sonegadores.
O débito da empresa não estava inscrito em Dívida Ativa, documento que demonstra quando o devedor extrapolou o prazo de pagamento. O valor em questão foi negociado pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz).
Dados obtidos com exclusividade pela reportagem do LIVRE mostram que a maior dívida inscrita e judicializada pela PGE é de R$ 8.514.098.765. O débito bilionário representa mais da metade do total que está submetido a execução fiscal, que é de R$ 11 bilhões. A dívida em questão é do ano de 1992.
Na opinião dos procuradores Rogério Gallo, que apresentou dos dados do mutirão fiscal aos jornalistas na última sexta-feira (22), o cerco contra os sonegadores começou depois que o governador Pedro Taques (PSDB) proibiu que os impostos fossem elevados.