Morador do Coxipó-Mirim discute com oficial de justiça. Quem vive no local promete resistir à ação da Polícia Militar
Os moradores da comunidade rural Coxipó-Mirim, em Cuiabá, se recusam a deixar a terra ocupada há 12 anos e a negociação para a reintegração de posse determinada pela Justiça é tensa. A Polícia Militar está no local desde as 5h30 da manhã desta segunda-feira (11).
São cerca de 240 hectares de terra divididos entre 120 famílias. A maioria dos moradores vive principalmente com a renda da criação de galinha e porco. A PM pediu que os moradores saíssem do local voluntariamente, mas os moradores prometem resistir.
“Todo o nosso investimento está aqui, nós estamos aqui há doze anos; quem está aqui hoje antes vivia no aperto do aluguel, é uma tristeza sem fim pensar nisso”, afirmou Kátia Salles, uma das representantes da Associação dos Moradores do Coxipó-Mirim.
A PM já adiantou que entrará nas casas para remover os móveis das famílias às 14 horas da tarde desta segunda-feira. A terra é reclamada pelo espólio de Flavio Inácio da Costa Monteiro e a reintegração foi expedida mais de uma vez pela juíza Adriana Sant’anna Coningham, da 2ª Vara Cível Especializada em Direito Agrário.
A comunidade fica a cerca de 7 quilômetros do bairro Osmar Cabral, nas cercanias do Coxipó do Ouro, região turística de Cuiabá. Os moradores esperam que o advogado da associação consiga reverter a sentença, caso contrário, eles prometem permanecer nas casas mesmo quando a polícia entrar em ação.
A PM levou caminhões até o local para ajudar nas mudanças daqueles que aceitarem sair voluntariamente de casa, mas muitos moradores dizem não ter onde ficar se tiverem que sair de suas casas.