Cuiabano raiz que nunca ouviu falar do “Kbça Pensante“, está sendo cuiabano errado. Do CPA ao Tijucal, todo mundo sabe que um dos cuiabanos mais bem humorados da Capital mato-grossense resolveu dividir suas piadas com todo mundo em suas redes sociais.
A mente por trás do personagem é Anderson Silva, mas até mesmo ele mal se lembra desse nome. “Pouquíssimas pessoas sabem. Na verdade o KBÇA se tornou meu nome oficial desde a infância”, contou ele ao LIVRE.
Apesar de publicitário de formação desde 2005, ele pouco exerceu a profissão. Trabalhou poucos meses em uma agência e logo começou um serviço em outra área. Porém, não demorou para Anderson abandonar tudo e resolver viver exclusivamente dos perfis do “Kbça Pensante”.
Nascido e criado na rua Petrolina do Bairro CPA I, em Cuiabá, ele começou a página com um alvo: a irmã, Fernanda Empadão. Mas ao ver que as piadas caíram no gosto dos cuiabanos, Kbça foi expandindo os assuntos e passou a usar seu alcance para cobrar o poder público de forma bem humorada, as chamadas “zoeiras públicas”.
“E hoje continuamos nessa pegada, um humor regional, que brinca com os bairros, com as personalidades da nossa cidade, mas que, principalmente, cobra e mostra algumas coisas que deveriam estar caminhando bem, mas não estão”.
Com uma personalidade ímpar e com bom humor extremo, o Kbça Pensante topou e respondeu 5 perguntas para o LIVRE. Confira:
1 – Aposto que na escola você era da turma do Fundão: divertia os colegas e aporrinhava os professores… Conte um pouco sobre sua vocação e trajetória.
Kbça Pensante: Realmente sempre fui da turma do fundão no colégio. Porém, eu era muito tímido na infância e adolescência e sempre que tinha uma sacada, ou uma piadinha, eu “soprava” para o colega ao lado, que ficava com os créditos da piada. Um certo dia descobriram quem era o autor da MOAGE na sala de aula e aí surgiu o “PENSANTE”, que acabou juntando com o apelido de infância: “KBÇA”.
2 – Alguma gangue do Tijucal já tentou te pegar na rua? Possui algum hater e, se sim, como lida com ele?
Kbça Pensante: Não. As pessoas do Tijucal adoram nossas brincadeiras, a maioria entende. Sempre que vou lá, demoro 3 dias para chegar, mas sou muito bem tratado. Hater sempre tem e sempre terá. No começo eu ainda tentava explicar os memes, pois muitos interpretavam errado. Porém, hoje temos uma postura diferente: se o hater é ofensivo a solução é limitar o acesso dele ao perfil. Se hater fosse bom, vinha com maionese temperada. Brincadeira, hahaha!
3 – O humor pode ser uma boa estratégia para conquistar um par, ou é a fórmula para o desastre?
Kbça Pensante: Com toda certeza é uma ótima estratégia. É bem melhor estar ao lado de alguém bem humorado do que com alguém de cara fechada, como o cuiabano mesmo fala, alguém “paia”. Eu e minha cremosa nos conhecemos através do humor. E esse tempero, sem dúvida, é um dos pilares que nos mantém bem no dia a dia. E uma curiosidade: eu sou do CPA e sempre fizemos piada com o Tijucal. E quis o destino que eu me apaixonasse por uma cremosa do Tijucal. Hoje pelo menos faço as piadas com mais propriedade. rsrs.
4 – No início de sua carreira você usava uma máscara e não revelava sua identidade. Era uma estratégia de marketing, ou era só mesmo para não espantar o público?
Kbça Pensante: Era para não assustar “as turma”, hehe. Quando nossa página começou a ter uma grande repercussão no estado por conta dos memes e das cobranças que fazíamos ao poder público, recebemos diversos convites para dar entrevistas em sites, jornais e na TV. E, como já havíamos sofrido algumas ameaças, represálias, resolvemos não mostrar o rosto. Logo quando fomos fazer parte de um programa de TV, resolvemos continuar com a máscara para manter o ar de mistério que ela proporcionava. Em 2022 resolvemos tirar. Aí sim, assustamos as pessoas, haha!
5 – O que é mais difícil: escalar o Everest pelo lado norte, ou fazer humor numa época de sentimentos tão polarizados?
Kbça Pensante: O mais difícil é andar de VLT. Hoje realmente está bem complicado fazer piada com a política, justamente por conta da polarização que estamos vendo nos últimos anos. Nós nunca levantamos nenhuma bandeira, sempre tentamos ser o mais imparciais possível, fazendo piada com A e com B. Mas, mesmo assim, começamos a “apanhar” de todos os lados. Então, resolvemos dar um tempo. Mas como o humor e a política andam lado a lado, em breve voltaremos. E que fique bem claro, nós não paramos de cobrar as autoridades em forma de humor, as moages e as cobranças continuam.
