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Transferência de integrantes do PCC gerou motim, dizem familiares

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Transferência de integrantes do PCC gerou motim, dizem familiares

Rodrigo Vargas/O Livre

Penitenciária Ferrugem, em Sinop

Movimentação na frente da penitenciária Ferrugem, em Sinop, na manhã desta quarta-feira (12)

A rebelião que resultou na morte de cinco detentos da penitenciária Ferrugem, em Sinop, foi ocasionada pela transferência de nove integrantes da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo familiares que aguardam notícias do lado de fora. Os criminosos chegaram ao presídio há cerca de dois meses, e estavam arregimentando membros para a facção na ala dos evangélicos e estupradores, que não costumam ser aceitos pelo Comando Vermelho (CV), facção rival que, segundo informações, domina a cadeia.

Segundo Benovan Izidoro, da comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que está no local ajudando nas negociações, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) cogita a possibilidade de transferência desses integrantes do PCC. “Eles estão estudando”, disse.

O secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, chegou ao presídio por volta das 8 horas da manhã de hoje para tentar uma solução, e não falou com a imprensa. “Os presos estão fortemente armados”, disse Eurides Parron, advogada que representa a OAB na negociação.

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Acordo
Um acordo foi celebrado com os presos e deverá ser cumprido às 10h30 de hoje. Entre as exigências, há o pedido para que passem as armas por baixo das grades e as deixem no corredor, para que possam ser recolhidas pelos policiais. Na sequência, os presos devem seguir até o pátio para a revista. Esse instante será acompanhado por um representante da OAB e outro dos familiares dos presos.

Cerca de 60 pessoas, a maior parte mulheres grávidas, crianças e outros familiares dos presidiários, aguardam do lado de fora da penitenciária o cumprimento do acordo. Alguns relataram ter ouvido tiros durante a madrugada, e disseram haver três baleados.

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Atualização às 11h44:

Familiares de presos comemoraram o fim da rebelião por volta das 10h30 desta quarta-feira. Alguns deles conseguiram se comunicar com os parentes dentro do presídio por meio de telefones celulares. Duas horas depois, o governo do Estado divulgou uma nota oficializando o término do motim. 

Leia a íntegra da nota:

Terminou de forma pacífica, na manhã desta quarta-feira (12.04), a rebelião de presos na Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop (a 500 km de Cuiabá). As negociações das forças de segurança foram retomadas pela manhã e os detentos entregaram as armas e se renderam. Neste momento as equipes especializadas das secretarias de Segurança Pública e de Justiça e Direitos Humanos (Bope, Rotam e SOE) estão dentro da unidade e iniciaram uma revista geral.

Dois detentos que estavam feridos foram encaminhados para atendimento médico, sendo um para o Hospital Regional de Sinop e o outro na própria unidade prisional. Das armas entregues pelos detentos, uma é de fogo e as outras são artesanais. 

A segurança foi reforçada dentro da penitenciária e também no perímetro externo. Durante a noite, permaneceram dentro da unidade agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra), Serviço de Operações Penitenciárias Especializadas (SOE) e Corpo de Bombeiros.

A rebelião começou entre 5h30 e 6h de terça-feira (11). Os presos começaram a bater nas grades no momento em que os agentes se preparavam para a troca de serviço. Agentes que estavam nas torres observaram uma movimentação estranha. Quando os servidores foram verificar o que estava acontecendo no raio Azul, foram recebidos com disparos de arma de fogo.

Até o momento foram confirmadas quatro mortes de detentos em confrontos entre si mesmos e um que morreu após infartar. Nenhum agente prisional ou servidor público ficou ferido. Alguns detentos feridos nos confrontos entre os presos foram socorridos e encaminhados a unidades de saúde da cidade.

 

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