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Tráfico de pessoas movimenta R$ 32 bilhões por ano

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Tráfico de pessoas movimenta R$ 32 bilhões por ano

Kamila Martins

oab tráfico

O tráfico de pessoas movimenta em torno de R$ 32 bilhões por ano, segundo o secretário-executivo da Ong Projeto Resgate, Marco Aurélio de Sousa. O maior entrave para combater o crime é identificar, tanto as vítimas, quanto os traficantes.

“O grande problema do tráfico de pessoas é que ele é invisível, subterrâneo. Quantificar é difícil até porque, muitas das vítimas, não se veem como vítimas”, afirma o secretário.

Segundo estatísticas do Itamarati, cerca de 3 milhões de brasileiros vivem, atualmente, fora do país. Para o representante da Ong, no entanto, esse número pode não representar sequer 10% da realidade. Isso porque “todo traficado é um migrante, mas nem todo migrante é um traficado”.

A entrada ilegal de brasileiros em outros países é um dos fatores que dificultam o combate ao crime – não há registros oficiais do translado dessas pessoas – e facilitam a ação dos criminosos – sem documentos, o imigrante tem ainda mais dificuldade de procurar ajuda.

Levantamento feito pelo Projeto Resgate estimou que 99% das vítimas nunca são resgatadas e somente 1% ou 2% dos traficantes são condenados. Já dados da Câmara Criminal do Ministério Público Federal apontam que tramitam no país 78 ações penais, 29 processos, 97 inquéritos policiais e 21 procedimentos investigatórios sobre o tema.

A situação faz com que a maioria das vítimas se sinta desencorajada a registrar denúncias. O assunto foi tema de um seminário realizado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB/MT). Um dos depoimentos apresentados no evento foi, justamente, de uma mulher vítima de tráfico para exploração sexual que viu seu caso se tornar mais um sem uma punição judicial para seus agressores.

Marco Aurélio de Sousa destaca ainda que, em grande parte dos casos, o aliciamento das vítimas é feito por pessoas distintas e solícitas, que apresentam propostas de emprego e vantagens de trabalhar fora do país. Em algumas situações, os aliciadores são membros da própria família. “A pessoa sempre vem com uma proposta atrativa”, diz.

Durante o seminário, que aconteceu nos dias 28 e 29 de setembro no auditório da OAB-MT, foram abordados, desde a necessidade de aprimoramento nos instrumentos legais até o papel da mídia e da tecnologia na prevenção e combate ao tráfico de pessoas.

(Com informações da assessoria)

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