A possibilidade de serem obrigadas a pagar uma multa milionária aplicada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) fez com que muitas empresas de distribuição de combustível de Cuiabá voltassem a abastecer postos em Mato Grosso.
Isso porque a paralisação das empresas poderia configurar o crime de locaute, quando as próprias companhias incentivam e apoiam greves, o que é proibido por lei.
Até então, os diretores das empresas viam com simpatia a manifestação, já que o preço alto do combustível atinge diretamente as distribuidoras. Aquelas que não pararam diretamente, pararam indiretamente, sob o argumento de que os bloqueios nas rodovias impediriam a passagem dos caminhões.
“Nesta semana nós já vamos voltar a trabalhar; uma distribuidora nossa lá de Minas já foi notificada pela ANP, é melhor voltar, senão a multa é muito cara”, diz um funcionário de uma distribuidora que não quis se identificar.
Outro funcionário, que também pediu anonimato, afirmou que todos os carregamentos da empresa têm partido sob escolta, mas ainda assim o movimento é baixíssimo. O último foi acompanhado por viaturas do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (GOE), até Sorriso, no interior do estado.
“Tem lugar que o carregamento só sai é só chega com escolta, mas muitos aqui também estão sem estoque, em dois dias é perigoso acabar tudo”, afirma ele.
Pedido
Um dos líderes do acampamento grevista no Distrito Industrial, o caminhoneiro Osmar Martins, contou ao LIVRE que muitas distribuidoras se recusaram a parar.
“Nós fomos lá já na segunda-feira e pedimos para que parassem, eles não quiseram e nós respeitamos”, garante.
