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Taxa de desemprego chega a 2,4% em MT e vendas no comércio ainda crescem

Levantamento sobre o Panorama do Comércio em Mato Grosso apontou que as vendas ainda estão crescendo, mas em um ritmo menor

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Taxa de desemprego chega a 2,4% em MT e vendas no comércio ainda crescem
(Foto: Ednilson Aguiar / arquivo / O Livre)

Os dados oficiais do Panorama do Comércio em Mato Grosso,  referentes ao último trimestre do ano, conforme levantamento realizado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL/MT), começaram a ser divulgados. Os números sugerem que, em 2023, o estado manteve um ritmo elevado de crescimento econômico. Merece destaque o fato de a taxa de desemprego ter alcançado o valor mínimo de toda a série histórica, chegando a 2,9%.

Os dados do IBGE captam, além da queda do desemprego, o avanço da renda média no estado. Esses dados podem dar novo impulso ao consumo no próximo ano.

É verdade que, ao longo de 2023, o crescimento das vendas em Mato Grosso foi menor do que o observado em anos anteriores. Cabe notar, porém, que as vendas continuaram crescendo acima da média nacional. De acordo com o IBGE, o avanço foi de 2,7% na comparação entre o período de janeiro a outubro de 2023 e o mesmo período do ano anterior.

“Se, por um lado, as vendas do comércio registraram um crescimento menor do que anteriormente, por outro lado, o volume de prestação de serviços no estado passou a crescer a um ritmo maior, o que sugere uma priorização dos serviços no orçamento das famílias em detrimento do consumo de bens. O desempenho do setor de serviços é importante pois esse é o setor que apresenta a maior participação no PIB local”, disse o presidente da FCDL/MT, David Pintor.

“Com os dados de novembro e dezembro de 2023, a serem divulgados nos próximos meses, será possível fazer um balanço econômico completo do ano. Por ora, os dados parciais de desemprego e atividade sugerem um crescimento econômico no estado acima da média, repetindo o desempenho de anos anteriores”, completou.

Vendas no varejo

Dados do IBGE mostram que, de janeiro a outubro de 2023, na comparação com o mesmo período do ano anterior, as vendas do varejo ampliado cresceram 2,7% em Mato Grosso. Essa segmentação do varejo considera todas as atividade comerciais. O mesmo desempenho foi registrado pelo comércio varejista, que desconsidera segmentos específicos, como o de veículos e materiais para construção.

O resultado de outubro confirma tendência observada há alguns meses, de desaceleração das vendas no estado. A desaceleração significa que as vendas seguem crescendo, mas a um ritmo menor do que antes.

Ainda assim, no acumulado do ano, o desempenho das vendas no estado segue acima do observado no país como um todo. Nos próximos, meses com dados de novembro e dezembro divulgados, será possível fazer um balanço das vendas em Mato Grosso ao longo de 2023.

Indústria e serviços

De janeiro a outubro de 2023, o volume de prestação de serviços, medido pelo faturamento, cresceu 16,9% em Mato Grosso, na comparação com o mesmo período de 2022. Observa-se que, nos anos anteriores, o avanço do setor também foi expressivo, ganhando ainda mais impulso em 2023.

A produção industrial do estado também avança: de acordo com o IBGE, o crescimento foi de 5,2% na comparação entre o período de janeiro a outubro de 2023 e o mesmo período de 2022. Esse resultado ficou bem acima da média nacional.

Por fim, dados da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão mostram que até segundo trimestre de 2023, a prévia do PIB do estado registrou alta de 6,7%, liderado pelo avanço do Agro. Diferentemente dos indicadores de faturamento, o PIB mede o valor agregado por cada setor aos bens e serviços produzidos.

Mercado de trabalho (IBGE)

De acordo com o IBGE, a força de trabalho no estado de Mato Grosso chegou a 1,86 milhão no 3º trimestre de 2023. A força de trabalho reúne a população que exerce alguma atividade profissional e a população desempregada – isto é, que não exerce ocupação profissional, mas está à procura de emprego.

Os números mostram que, no 3º trimestre, 1,81 milhão estavam empregados no estado e 45 mil estavam desempregados. A taxa de desemprego é medida pela razão entre o número de desempregados e a força de trabalho e foi estimada em 2,4%, o menor patamar da série histórica. A evolução recente da taxa de desemprego mostra uma queda acentuada nos últimos anos.

Refletindo o dinamismo do mercado de trabalho, a renda média cresceu 3,0% em Mato Grosso, atingindo R$ 3,3 mil. Essa variação compara a renda entre o 3º trimestre 2023 e o 3º trimestre de 2022.

Trabalho formal (CAGED)

Dados do CAGED mostram que, em outubro de 2023, o comércio foi o setor que registrou o maior número de criação das vagas em Mato Grosso, com 1.078 postos formais de trabalho criados. Esse número resulta da diferença entre o total de admissões e o total de demissões feitas no estado ao longo do mês.

Em seguida, aparece o setor de serviços, que apresentou saldo de criação de 842 vagas formais no estado. Os setores de Construção e o Agro registraram saldo negativo de criação de vagas, o que mostra que as demissões superaram as admissões.

Considerando todos os setores do estado, o saldo de vagas criadas em outubro foi de 1.887. Por fim, cabe notar que até outubro de 2023, o comércio mato-grossense apresentou saldo positivo de criação de vagas em todos os meses do ano, acumulando um saldo de setor 6.501 vagas criadas desde então.

Inflação (IPCA)

Dados do IBGE mostram que o índice oficial de inflação (IPCA) medido na região Centro-Oeste acumula alta de 5,11% nos 12 meses encerrados em novembro de 2023. Ao longo de 2023, o IPCA medido na região desacelerou, até registrar a variação de 2,27% no mês de junho. Desde então, o ritmo de crescimento dos preços volto a subir.

Cabe notar, porém, que o ritmo atual está abaixo do pico observado em meados de 2022. Considerando os dados nacionais, o detalhamento do IPCA mostra que os preços de itens relacionados à “Educação” registraram a maior alta na região, com alta de 8,2%.

Além do IPCA, há outros índices de inflação, como o IGP-M. Medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), esse índice é frequentemente utilizado para reajustar contratos de aluguel. No acumulado dos 12 meses encerrados em novembro de 2023, o IGP-M nacional acumula queda de 3,46%.

(Com Assessoria)

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