Ednilson Aguiar/O Livre
O saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ajudará a saldar dívidas de 41,2% dos brasileiros com direito ao benefício, apontou um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas. Foram ouvidos 2.042 brasileiros entre os dias 02 e 22 de março.
Só 9,6% dos entrevistados pretendem gastar com compras e lazer. Outros 24% dos entrevistados pretendem guardar o valor sacado e investir em alguma aplicação financeira. O pagamento de impostos ficou entre as opções menos escolhidas (2,7%). Finalidades não especificadas somaram 10,6% e outros 11,9% ainda não sabiam como utilizar o saldo.
Segundo a FGV, ainda assim, o cenário pode ser considerado como positivo para a retomada do crescimento da economia brasileira pois, ao contribuir para quitação de dívidas e maior equilíbrio do orçamento doméstico, abre-se o caminho para o aumento do consumo a seguir.
A expectativa do governo é que o total de recursos liberados chegue a cerca de R$ 43,1 bilhões. Traduzindo os percentuais para números, cerca de R$ 17,7 bilhões devem contribuir para tirar as famílias do vermelho, e R$ 13,1 bilhões serão poupados. O consumo de bens e lazer deve injetar R$ 3,7 bilhões na economia. Outros R$ 3,9 bilhões se destinarão a outras finalidades. Apenas R$ 1,2 bilhão deverá retornar aos cofres públicos em forma de pagamento de impostos. Cerca de R$ 3,6 bilhões de recursos ainda não possuem destino definido.
Alívio nas dívidas
Quanto menor a renda familiar, maior a propensão a usar o saque para pagar dívidas. É o caso de 60% dos consumidores com renda familiar de até R$ 2,1 mil. Já entre os consumidores com renda familiar mensal superior a R$ 9,6 mil, a opção mais citada foi a poupança (43,6%), seguida pela quitação de dívidas (24,5%).
Valor do saque
De acordo com informações da Caixa, 55% das pessoas com direito a sacar os recursos receberão até R$ 500. No extremo oposto, 2,2% dos beneficiários receberão R$ 10 mil ou mais.