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Silval revela que codinome de Valdir Piran era Bob Pai

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Silval revela que codinome de Valdir Piran era Bob Pai

Ednilson Aguiar/O Livre

Silval Barbosa entrega carta de Nadaf à juíza Selma Arruda

Silval Barbosa entrega que recebeu de Pedro Nadaf à juíza Selma Arruda

O ex-governador Silval Barbosa revelou o codinome usado por ele e seu grupo para se referir ao empresário Valdir Piran, dono de factorings: Bob Pai. Segundo ele, algumas das propinas cobradas no governo se destinavam a pagar dívidas que o ex-governador tinha com o dono de factorings

Em depoimento na ação criminal da primeira fase da Operação Sodoma, Silval disse ainda que Pedro Nadaf, que foi seu secretário da Casa Civil, lhe pediu desculpas no presídio pelo fato de os crimes da organização terem vindo à tona. 

Segundo o ex-governador, Nadaf lhe escreveu uma carta logo que foi preso, relatando falta de dinheiro. “Chefe, estou tão envergonhado com esta situação. Gostaria de lhe pedir um dinheiro por Bob Pai para pagar os advogados”, dizia um trecho da carta.

‘Eu liderei’, confessa Silval

Silval confessou que liderou os crimes praticados por seus secretários do Estado: “Em todos esses processos, eu liderei. Havia pessoas designadas para conseguir esses retornos para o grupo político”, disse. As pendências e os retornos eram dívidas de Silval. Só da campanha eleitoral, o rombo era de R$ 2 milhões.

“Chefe, estou tão envergonhado com esta situação. Gostaria de lhe pedir um dinheiro por Bob Pai para pagar os advogados”

Ele disse que usou três ou quatro secretarias do governo para arrecadar dinheiro, mas diz que não enriqueceu com isso.

Em todos os processos, praticamente nada ficou pra mim. Uma parte pequena pode ter sobrado, mas eu diluí a maior parte em outras despesas.”

Um por um

Silval está detalhando a participação de cada um dos integrantes do grupo na organização. O ex-governador reafirmou que Pedro Nadaf “era uma pessoa de extrema confiança. “Eu sempre eu pedia a ele para que, dentro da estrutura [do governo], ele encontrasse soluções para as pendências que eu tinha”, afirmou.  

Sobre o procurador Chico Lima, afirma que ele era encarregado de emitir pareceres jurídicos nos processos que tinham “perspectiva de retorno” para o grupo. Chico Lima repassou R$ 25 mil em espécie a Silvio Corrêa, então chefe de gabinete de Silval, que estava em São Paulo para fazer uma cirurgia. O dinheiro era fruto de propina.

Já sobre Sílvio Corrêa, a função era outra: “A participação do Sílvio era de buscar o dinheiro que eu ordenava a ele. Era uma pessoa de extrema confiança que já me acompanhava há um bom tempo”, disse.

Sobre Marcel De Cursi, que era secretário de Fazenda, Silval afirmou: “Ele sempre tinha o papel de cumprir o que eu determinava. Ele arrumava para ter o orçamento. Em alguns casos, tinha conhecimento que era para pagar dívidas”

Benefícios fiscais em troca de propina

Silval disse que não sabia que Pedro Nadaf havia cobrado propina do empresário João Batista Rosa, dono da Tractor Parts, para manutenção de benefícios do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). Foram 60 pagamentos de R$ 30 mil.

Outro ponto confessado por Silval nesta segunda foi que recebeu R$ 500 mil do empresário Filinto Müller para pagar uma dívida com outro empresário, Pérsio Briante.

 

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