Ednilson Aguiar/O Livre
Em 2016: Rússia correspondeu ao quarto maior mercado para a carne brasileira
A partir de 1º de dezembro a Rússia não comprará mais carne brasileira. O país suspendeu a importação de carne bovina e suína brasileira depois da descoberta de algumas substâncias proibidas pelo país na proteína.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (20) pelo Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia Rosselkhoznadzor. Conforme o órgão, foi detectado ractopamina e outros hormônios de crescimento na carne brasileira.
A ractopamina é bastante utilizada como ingrediente de rações em animais confinados e, segundo especialistas brasileiros, não faz mal à saúde humana. Entretanto, a substância é proibida na Rússia. O país alega que existem possíveis efeitos negativos para aqueles que consomem.
De janeiro de 2015 a outubro deste ano, a Rússia importou cerca de 74 milhões de toneladas da proteína mato-grossense, totalizando US$ 185 milhões em negócios.
Mercado
O embargo deve afetar quatro frigoríficos, cujos os nomes não foram divulgados. Este ano, o mercado russo representou 3,95% do total exportado até outubro por Mato Grosso. Foram 14,29 mil toneladas de carne in natura, movimentando US$ 37,21 milhões.
De janeiro de 2015 a outubro deste ano, a Rússia importou cerca de 74 milhões de toneladas da proteína mato-grossense, totalizando US$ 185 milhões em negócios.
No ano anterior, a Rússia correspondeu ao quarto maior mercado para a carne brasileira, tendo comprado cerca de 7,5% do total importado pelo País. Só de carne suína in natura foram negociados US$ 513,4 milhões e carne bovina US$ 389,8 milhões.
Mapa solicitou documentos e deve abrir investigação interna para correções
Reação
Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que nesta terça-feira (21) técnicos do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) se comunicaram, por meio de videoconferência, com integrantes do serviço de vigilância daquele país para tratar sobre a presença de ractopamina na carne suína brasileira.
De acordo com o Dipoa, o Brasil utiliza o sistema de segregação de suínos para a exportação de carne para Rússia, o que impossibilitaria a detecção de ractopamina conforme informação divulgada pelo serviço russo.
Diante das informações, o Mapa solicitou o envio dos certificados do Serviço de Inspeção e os respetivos laudos laboratoriais indicando a presença do estimulante de crescimento para que possa fazer uma investigação interna e, consequentemente, as correções necessárias em casso positivo.
Os documentos foram entregues à Embaixada Brasileira em Moscou e estão sendo traduzidos e enviados para o Brasil até amanhã, segundo informações do Dipoa.
O Mapa informa ainda que até o presente momento não recebeu por parte do governo russo nenhuma notificação de suspensão das carnes bovina e suína brasileira, mas apenas a notificação sobre a presença de ractopamina.