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Réu questiona, e MP diz que Selma pode falar de futuro político

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Réu questiona, e MP diz que Selma pode falar de futuro político

Ednilson Aguiar/O Livre

Irênio Fernandes e Lázaro Roberto Moreira Lima

Lázaro Roberto Moreira Lima (meio), irmão do ex-vereador João Emanuel, pediu afastamento da juíza no caso em que os dois são réus

 

Por meio de um parecer, o Ministério Público Estadual (MPE) argumenta que a juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, pode falar sobre seu futuro político quando questionada. O documento, assinado pelo promotor Domingos Sávio de Barros Arruda, responde a um pedido para afastar a magistrada de um processo relacionado à Operação Castelo de Areia. São réus na ação o advogado e ex-vereador João Emanuel Moreira Lima, o irmão dele, Lázaro Roberto Moreira Lima, e o pai, Irênio Lima Fernandes.

“[Selma] tem todo o direito de se aposentar e, inclusive, após isso, filiar-se a partido político e disputar eleições”, diz o parecer. O promotor escreveu que Selma pode “eventualmente, caso alguém lhe pergunte, comentar sobre o seu futuro, seus sonhos e aspirações” e ainda que não é possível culpá-la pelas “especulações feitas pela imprensa e, muito menos, se pode cobrar dela que, a todo momento, venha a público desdizer aquilo que se especula, pois, afinal, certamente, ela tem muito mais o que fazer”.

O pedido de suspeição foi feito por Lázaro Roberto, irmão de João Emanuel. Ele afirma que as pretensões políticas da juíza, que incluiriam a disputa por um cargo em 2018 no grupo político do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes e do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, seriam motivo para seu afastamento do processo. Selma já anunciou em entrevistas que deve se aposentar em um futuro próximo e admitiu a possibilidade de disputar eleições.

O procurador de Justiça entendeu que o advogado, ao trazer esses fatos para tentar justificar a suposta suspeição da juíza “caminhou a passos largos rumo ao absurdo e, certamente, com mais algum esforço, poderia chegar ao ridículo”. 

Castelo de Areia
A Operação Castelo de Areia, deflagrada em agosto de 2016, desmantelou um grupo acusado de aplicar golpes e estelionatos por meio da empresa Soy Group. Na acusação, o MPE afirma que o grupo atraía vítimas interessadas em realizar empréstimos com bancos internacionais e exigia pagamentos a título de seguro e adiantamento dos pagamentos. Os empréstimos nunca foram pagos às vítimas, que ficaram com o prejuízo, em alguns casos de até R$ 300 mil.

Para impressionar, e dar ares de legitimidade ao negócio, o grupo chegou a levar as vítimas em viagens ao Chile, apresentou projetos de empreendimentos imobiliários na Amazônia, e utilizou-se de uma sede com cinco andares em Cuiabá.

Além de João Emanuel, seu pai e seu irmão, são réus os empresários Walter Dias Magalhães Junior, Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal e Marcelo de Melo Costa, o contador Evandro José Goulart, e o comerciante Mauro Chen Guo Quin.

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