O presidente do PT (Partido dos Trabalhadores) em Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco, disse que o grupo pode ter que desistir de candidatura própria em Cuiabá para atender as alianças do presidente Lula.
Se Lula decidir que é mais conveniente apoiar um candidato de outro partido da federação (PT, PV e PCdoB), ou até mesmo de um terceiro, os petistas terão que ceder à direção nacional.
“[O candidato] na capital quem vem definir não é a instância municipal nem a estadual, é a direção nacional do PT e a federação. Então, vai passar por uma ampla negociação, e a nacional vai bater o martelo. Vai ser uma eleição de muitos arranjos”, disse.
A declaração foi dada ontem (9), dois dias após o diretório municipal do partido aprovar uma resolução de candidatura própria à Prefeitura de Cuiabá, com os nomes do deputado estadual Lúdio Cabral e a da professora Rosa Neide como os mais cotados.
Segundo Barranco, as decisões dos diretórios municipais terão peso de acordo com o arco de aliança de Lula. A negociação deve passar pela disposição de senadores e ministros, na base de apoio, a querer um candidato vinculado a eles para as prefeituras.
Na campanha de 2022, a federação se uniu ao PSD para eleger Lula presidente. Pelo apoio, o partido conseguiu três ministérios no governo federal – o ministro da Agricultura, senador Carlos Fávaro, está na lista.
O PT também pode recalcular a resistência ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). A resolução aprovada por unanimidade pelo diretório municipal, no sábado (7), veta qualquer aliança com Emanuel.
Porém, ele poderá aparecer de background na campanha do ano que vem. A proximidade seria mantida pelo presidente do PV em Mato Grosso, o vice-prefeito José Roberto Stopa, integrante da federação.