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Presidente da Assembleia sai em defesa de Janaína Riva

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Presidente da Assembleia sai em defesa de Janaína Riva

O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), saiu em defesa da colega Janaína Riva (PMDB) no caso dos grampos ilegais feitos por policiais militares supostamente com o conhecimento do Palácio Paiaguás. Nesta segunda-feira, 15, Botelho classificou as escutas como um atentado à democracia e afirmou que pretende defender a integridade da deputada e de outros parlamentares que eventualmente também tenham sido alvo do esquema. Ele ainda afirmou que, enquanto presidente do Legislativo, não irá se opor à instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) caso Janaína consiga reunir os votos necessários.

“Grampo ilegal é um grande atentado contra a nossa democracia”, disse. “Como cidadão e como presidente deste Poder, não posso admitir que isso ocorra em Mato Grosso, especialmente contra uma representante eleita, no caso da colega deputada Janaína Riva”, continuou. “Vamos atuar em defesa da integridade da parlamentar e de qualquer outro deputado que possa ter sido vítima dessa situação. Já convoquei uma reunião do Colégio de Líderes para esta terça-feira para debater o assunto e definir as providências a serem tomadas”, disse Botelho.

Ele afirmou que se trabalha na Assembleia a possibilidade de convocar os promotores de Justiça Mauro Zaque e Fábio Galindo, ex-secretário de Segurança Pública e ex-secretário adjunto de Segurança Pública, para prestar esclarecimentos aos deputados. Os dois foram responsáveis por receber uma denúncia anônima e dar início às investigações ainda enquanto respondiam pela secretaria.

“Propor uma CPI é um direito da deputada Janaína e se ela conseguir reunir as assinaturas suficientes, eu, como presidente, vou cumprir com meu dever e instaurar a comissão”, ponderou. “Porém, já estamos trabalhando para trazer luz às denúncias apontadas. Alguns parlamentares já defendem que possamos ouvir os promotores que naquele momento respondiam pela Secretaria de Segurança”. Para criar uma CPI, a deputada precisa da assinatura de ao menos oito deputados.

Janaína publicou uma nota no domingo, logo após a exibição da reportagem do Fantástico que trouxe a denúncia sobre os grampos ilegais. Além da criação da CPI, a deputada afirmou que deve buscar a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para investigar a participação de membros do alto escalão do governo Pedro Taques (PSDB) nas interceptações. Dois telefones dela estão na lista.

O caso
Chamado de “barriga de aluguel”, o esquema realizado por policiais militares consistiu em inserir telefones de jornalistas, advogados, políticos, assessores parlamentares e médicos em uma investigação que apurava crimes ligados ao tráfico de drogas na região de Cáceres. Boa parte dos números grampeados ilegalmente era de profissionais de oposição ao governo Pedro Taques, ou de pessoas com ligações comerciais com membros do alto escalão do governo.

Entre os números está até mesmo o de uma ex-amante do ex-secretário chefe da Casa Civil Paulo Taques, que deixou o cargo na última quinta-feira, 11, quando começaram a circular as informações sobre o caso.

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