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Prejuízo diário chega a US$ 400 mil, segundo Abiove

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Prejuízo diário chega a US$ 400 mil, segundo Abiove

As fortes chuvas que caem na região amazônica neste mês de fevereiro, pico da safra de soja em Mato Grosso, complicam ainda mais o estado crítico da BR-163, principal via de escoamento de grãos do Norte do Estado e Sul do Pará para os terminais portuários de Miritituba e Santarém. Conforme reportagem do LIVRE, pulicada na última quinta-feira (23), a rodovia está intransitável e uma fila com mais de 2,5 mil caminhões se formou ao longo do trecho.

Cálculos da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) indicam que para cada dia em que os portos ficam impedidos de embarcar mercadorias, o prejuízo para as empresas é de US$ 400 mil diários, com custos de elevação e “demurrage” (sobre-estadia). As empresas alegam ainda que há prejuízos incalculáveis com o descumprimento de contratos, riscos financeiros com produtores e armazéns e riscos para a imagem do Brasil.

Para a Abiove, os danos serão irrecuperáveis para o país. A estimativa para esta safra é embarcar cerca de 7 milhões de toneladas de soja e milho pelos terminais de Miritituba e Santarém. De acordo com empresas associadas, há caminhoneiros que levam 14 dias para transportar a mercadoria em um percurso de mil quilômetros. Nesse período, teria sido possível fazer uma viagem de ida e volta para Santos (SP) ou Paranaguá (PR).

“O trecho de 178 km é conhecido dos caminhoneiros pela situação crítica que atravessa todos os anos em época de chuva, em que fotos constantemente publicadas na imprensa denunciam o caos: atoleiros, veículos tombados, filas intermináveis de veículos. São mais graves ainda os custos sociais para os caminhoneiros. Eles estão sujeitos a doenças, estresse, acidentes e correm risco de vida.  Além disso, os pequenos comerciantes dos vilarejos já estão sem mantimentos para repor o estoque e já há motoristas em risco de passar fome. Levem-se em conta, também, a questão da higiene e os perigos que a região amazônica oferece”, diz trecho do documento publicado pela Abiove.

Com o caos instalado em meio ao lamaçal, a capacidade de tráfego na rodovia foi reduzida de 800 para 100 caminhões por dia. Desde 14 de fevereiro não chegam caminhões nos terminais fluviais de Miritituba (PA). A responsabilidade para asfaltar os 178 km da BR-163 são do governo federal, sobretudo do Ministério dos Transportes e do DNIT. Os trabalhos do controle de tráfego e ordenamento, inclusive com sistema de siga e pare, é do Ministério da Justiça e da Polícia Rodoviária Federal. Cabe também ao Departamento de Engenharia do Exército dar o suporte necessário para obras emergenciais.

Enquanto não ocorre a conclusão do asfaltamento do trecho antes do período das chuvas, as associações ressaltam que medidas emergenciais são necessárias para garantir a trafegabilidade, como a manutenção das patrulhas mecanizadas para rebocar os veículos atolados no barro e a gestão de fluxo, evitando que os motoristas parem em fila dupla para que as máquinas possam trabalhar.

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