Política

Prefeitura de Cuiabá descontou consignado dos servidores, mas não repassou aos bancos

Sindicato dos Enfermeiros afirma que muitos tiveram as contas bloqueadas, perderam o crédito e acabaram vítimas de agiotas

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Prefeitura de Cuiabá descontou consignado dos servidores, mas não repassou aos bancos
(Foto: Assessoria)

Servidores da saúde em Cuiabá estariam contas bancárias bloqueadas e sofrendo pressão de agiotas por falta de pagamento de empréstimos. São trabalhadores com salários atrasados ou que foram demitidos há até oito meses e estão sem receber o acerto do contrato. 

A situação foi exposta hoje (8) pelo presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Mato Grosso, Dejamir Soares. Ele diz que a prefeitura tem descontado parcelas de empréstimo consignado com instituições financeiras, mas as dívidas não são quitadas nos bancos. 

“Uma técnica de enfermagem está com o filho internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para fazer transplante de medula, no mês que vem. Ela precisa de R$ 10 mil para ir acompanhar o filho e cobrir os gastos da cirurgia, mas não pode sequer fazer empréstimo que a conta bancária dela está bloqueada”, diz. 

Dejamir diz que os problemas com atrasos na quitação do empréstimo teriam ficado mais frequente desde outubro do ano passado. Os descontos na folha de pagamento estariam sendo calculados mesmo assim.  

Os servidores teriam permissão para contratar até 30% do salário em empréstimo. Pelo empréstimo consignado, o valor fechado e quantidade de parcelas de pagamento são negociados diretamente com os servidores. Mas, os descontos caem direto na folha de pagamento. 

Outros 1,2 mil servidores temporários demitidos em julho e outubro de 2022 estariam com problemas com agiotas. Eles não teriam recebido nem a rescisão de contrato nem o último mês trabalhado. 

Dejamir afirma que o cronograma repassado pelo secretário de Saúde, Guilherme Salomão, previa para hoje a quitação dos direitos trabalhistas e da atualização das parcelas dos empréstimos. 

“Cerca de 4 mil servidores, dos 6 mil que existem hoje, tem empréstimo com bancos. E desde a eleição passada a situação só piorou, porque estamos com salários em dia [servidores efetivos], mas o prêmio-saúde e os empréstimos estão atrasados e não sabemos mais quando vamos receber”, diz. 

O Livre procurou a assessoria da Prefeitura de Cuiabá para se manifestar sobre as críticas do sindicato, mas não houve retorno até à publicação desta matéria. O espaço continua aberto.

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