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Pedro

Jamais seremos perfeitos, o melhor a fazer é apenas seguir com os olhos da fé

8 minutos de leitura
Pedro
(Imagem: reprodução)

Pedro, que também é conhecido como Simão (é a forma grega do hebraico “Simeão”), foi o primeiro discípulo chamado por Jesus Cristo. O nome Simão era muito comum e popular na sua época. O nome Pedro que do grego é petros, é traduzido em nossa língua como “pedra”, já em latim é Petrus. Pedro também era chamado de Cefas que é a transliteração grega Kephas, do aramaico Kepa, uma palavra que significa “pedra” ou “rocha”. Pedro era irmão de André.

Pedro e André provavelmente cresceram em Betsaida e, mais tarde, se mudaram para Cafarnaum, da mesma maneira que Jesus era identificado consistentemente com sua cidade natal de Nazaré, embora tenha se estabelecido em Cafarnaum.

A sua profissão era de pescador, igual ao do seu irmão André, e dos amigos e sócios Tiago e João. E desse labor sustentava a sua família. Mateus 4:18: “Jesus estava andando pela beira do lago da Galileia quando viu dois irmãos que eram pescadores: Simão, também chamado de Pedro, e André. Eles estavam no lago, pescando com redes”.

Pedro era filho de Simão Barjonas (Mateus 16:17), que significa “Simão, filho de Jonas ou João (o que quer dizer pombo)” (João 21:15-17). O sufixo hebraico Bar significa filho, como no caso de Barrabás, que em uma outra forma escrita seria Bar-Abbas ou Filho do Pai. Assim, segundo o livro de Mateus, Pedro seria filho de alguém chamado Jonas. No encontro com Jesus, o Mestre externou essa tradução, vejamos João 1:42: “Então André levou o seu irmão a Jesus. Jesus olhou para Simão e disse: Você é Simão, filho de João, mas de agora em diante o seu nome será Cefas. (“Cefas” é o mesmo que “Pedro” e quer dizer “pedra”).

Pedro era casado, e é o que sabemos da sua vida doméstica.

Ele foi o escritor das epístolas 1 e 2 Pedro da Bíblia.

Quando vimos os nomes: Pedro, Simão Pedro, Petros, Cefas, quer dizer a mesma pessoa, ou seja, Pedro, discípulo de Jesus.

No primeiro encontro com Simão, Jesus mudou o seu nome para Pedro. Os nomes há época tinham significado e grande impacto na vida das pessoas. Jesus ressignificou o nome de Simão, para algo que trouxesse o significado de solidez e estabilidade, (pedra e rocha), os quais se alinharam com o profundo propósito de Cristo para sua vida e missão.

Essa atribuição de um novo nome a Simão estava diretamente relacionada à grande obra que Deus haveria de realizar em sua vida. Ao dizer que Simão seria chamado Cefas, Jesus agiu em seu ofício profético.

O nome de Pedro é mencionado mais do que qualquer outro nome nos evangelhos, exceto o de Jesus. Na lista dos discípulos, o seu nome sempre aparece em primeiro lugar.

Quando eu era criança, se eu fizesse algo correto a minha mãe me chamava com carinho de Betinho, que é o meu apelido; porém, se eu fizesse algo de errado, ela me chamava de Francisney. Assim, também era com Pedro. Se o chamasse de Simão, indicava que ele estava agindo de acordo com sua antiga natureza. Se o chamava de Pedro (rocha), era um elogio por agir da forma como deveria ser.

Observe o emprego do nome Simão (velha natureza): Lucas 5:5: “Simão respondeu: Mestre, nós trabalhamos a noite toda e não pescamos nada. Mas, já que o senhor está mandando jogar as redes, eu vou obedecer”. Lucas 22:31: “Jesus continuou: Simão, Simão, escute bem! Satanás já conseguiu licença para pôr vocês à prova. Ele vai peneirar vocês como o lavrador peneira o trigo a fim de separá-lo da palha”. Marcos 14:37: “Depois voltou e encontrou os três discípulos dormindo. Então disse a Pedro: — Simão, você está dormindo? Será que não pode vigiar nem uma hora?”. Por três vezes Simão negou a Jesus, conforme João 21:15-17: “Quando eles acabaram de comer, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam? Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor!  respondeu ele. Então Jesus lhe disse: — Tome conta das minhas ovelhas!”.

O emprego do nome Pedro passou a ser utilizado depois dele ter negado a Jesus. O livro “Doze homens extraordinariamente comuns”, de John MacArthur, explica essa situação: “Essa foi a última ocasião em que Jesus o chamou de Simão. Algumas semanas depois, em Pentecostes, Pedro e os outros apóstolos foram enchidos do Espírito Santo. Naquele dia, foi Pedro, a Rocha, quem pregou. Pedro era exatamente como a maioria dos cristãos: tanto carnal como espiritual. Por vezes, sucumbia aos hábitos da carne; em outras ocasiões, agia de acordo com o Espírito. Por vezes, era pecador e, em outras ocasiões, agia como deve fazer um homem justo. Esse homem inconstante — às vezes Simão, às vezes Pedro — era o líder dos doze”.

Os nomes naquela época levavam consigo características de personalidade da pessoa. Se você, hoje, se encontrasse com o Mestre, que nome você acha que Ele te daria? Ou, qual o adjetivo que mais definiria sua efetiva participação na obra Cristã?

Perceba que no texto acima, Pedro, aparentemente, escutou o seu irmão. Cristo já era famoso, porém o seu irmão André (João 1:40-41), por já ter sido sensibilizado pelo Mestre, teve de levá-lo a Ele. Isso traz uma grande lição para nós, pois nem sempre estamos dispostos a seguir o Mestre, todavia, quando Ele nos chama não há como recusar ou ficar inerte ao seu convite.

Outra lição é que sempre podemos influenciar as pessoas para o bem. Mesmo que a salvação seja individual, ora apresentaremos Jesus às pessoas, convidando-as a serem discípulos do Mestre, já em outros momentos, seremos convidados, ou quem sabe, seremos arrastados para irmos à Sua presença.

Pedro foi o primeiro a ser aceito como discípulo do Mestre. Bastou um encontro, e de forma rápida, para o leigo Simão aceitar o convite. Na lista dos doze discípulos, Pedro é o que aparece primeiro (Mateus 10:2; Marcos 3:16; Lucas 6:14 e Atos 1:13).

As características positivas e conhecidas de Pedro são: fervoroso, corajoso, amistoso, generoso, confiante, organizado, líder, entusiasmado, ousado e decidido.

Já as características negativas e conhecidas de Pedro são: egoísta, orgulhoso, impetuoso, inconstante, impulsivo, precipitado, irresponsável, em momentos de crise era fraco, vacilante e covarde, prometia e não cumpria, era o primeiro a aceitar um desafio, e também o primeiro a desanimar e cair fora.

Pedro foi falho e pecador, assim como nós, também que transitamos entre as características positivas e negativas, a depender da situação e circunstância. São heranças mentais e emocionais dos nossos pais e da natureza pecaminosa. Ora mostramos bondade, e em outros momentos, a maldade.

Aos olhos humanos, podemos ser e ter as mesmas características negativas de Pedro, todavia, aos olhos de Deus, não há mácula que nos afaste do amor que Ele tem por nós, e assim, a sua misericórdia sem limite, alcança até a mais profunda raiz do pecado na vida do ser humano e o resgata a fim de lhe dar significado existencial.

No livro “O desejado de todas as nações”, da escritora Ellen White, temos demonstrado o poder amoroso do Mestre: “Os olhos de Jesus pousaram nele, lendo-lhe o caráter e a história. Sua natureza impulsiva, o coração amorável e compassivo, a ambição e confiança próprias, a história de sua queda e arrependimento, seus labores e a morte de mártir — o Salvador leu tudo, e disse: “Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)”.

Deus chama pessoas simples e que estão dispostos a fazer o seu melhor, independentemente dos cenários da sua vida. Deus quer fazer de nós como uma pedra, rocha, e um ser humano equilibrado e sustentável, e mais, de valor inestimado. Aceita esse convite?

Pedro, em tudo tinha um grande vazio em seu coração devido ao sofrimento do pecado, que só poderia ser preenchido com a transformação do Mestre. Suas qualidades e suas características negativas em nada impediram a Cristo de olhar o seu coração cheio de paixão, garra e força de vida, com os quais foram canalizados para a nobre missão de seu chamado.

Francisney Liberato é Auditor do Tribunal de Contas. Escritor, Palestrante, Professor, Coach e Mentor. Mestre em Educação pela University of Florida. Doutor em Filosofia Universal Ph.I. Honoris Causa. Bacharel em Administração, Bacharel em Ciências Contábeis (CRC-MT) e Bacharel em Direito (OAB-MT). Vice-presidente da Associação Brasileira dos Profissionais da Contabilidade – ABRAPCON. Membro da Academia Mundial de Letras. Autor dos Livros: “Mude sua vida em 50 dias”, “Como falar em público com eficiência”, “A arte de ser feliz”, “Singularidade”, “Autocontrole”, “Fenomenal”, “Reinvente sua vida” e “Como passar em concursos – Vol. 1 e 2”, “Como falar em público com excelência”, “Legado”, “Liderança”, “Ansiedade”, “Mude sua vida em 50 dias Premium”“Inteligência Emocional”, “Manual do Concurseiro”, “Sabedoria”, “Discípulos”, “Educação Financeira” e “Recordar é Viver”.

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