Desde 1980, o Pantanal ficou 2ºC mais quente e perdeu 25% da umidade relativa do ar, de acordo com modelos climáticos. E o cenário que já é ruim pode piorar. A tendência é que aumento da temperatura chegue a 4,5ºC até 2100.
A previsão é apontada pela pesquisadora Renata Libonati dos Santos, professora do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Um monitoramento feito pela universidade apontou que, em 2020, o Pantanal viveu dias históricos. De acordo com os dados obtidos, 30% da região foi incendiada no ano passado. Cerca de 40% do território devastado não pegava fogo desde 2001.
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Entre os motivos para a devastação, segundo a especialista, está outro recorde histórico que aconteceu do final de 2019 ao início de 2020: o intenso período de seca que atingiu a região.
A professora conta que foi “o maior período de seca dos últimos 60 anos que se tem registro”. Alguns quesitos provocaram a catástrofe: os níveis dos rios abaixo da média e a falta de chuva prolongada; estresse da vegetação e do solo e a fatores externos, como a ação do homem.
Pode piorar?
Para este ano, a região ainda pode enfrentar períodos de estiagem, devido ao aumento de temperatura na região. De acordo com especialistas, a situação pode se intensificar no futuro e levar a períodos de queimadas parecidos com o que aconteceu em 2020.
“Modelos climáticos e projeções que meteorologistas fazem para os próximos 100 anos apontam que essa é uma tendência que pode chegar, num cenário mais pessimista, a um aumento de 3,5º C ou 4,5º C de temperatura e diminuição de chuva de 35% a 45%”, afirma Renata.
De acordo com a especialista, a solução para evitar esse cenário é “pensar que realmente existe aquecimento global e mudanças climáticas” , citando a necessidade de “nos organizar para procurar ações que possam mitigar os efeitos das alterações no clima”.
(Com Assessoria)