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O setor elétrico parece que virou “terra de ninguém”

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O setor elétrico parece que virou “terra de ninguém”
(Foto: Ednilson Aguiar / arquivo / O Livre )

Cada segmento da cadeia do setor de energia elétrica defende seus próprios interesses, mostram números de um lado, números de outro, que segundo estes segmentos seriam favoráveis aos consumidores de energia elétrica. Se não bastasse, o Congresso vem “planejando” e “atropelando” o setor, com jabutis e tudo mais, sem levar em conta que a “conta” vai para os já fragilizados consumidores que a muito estão na “UTI”.
Estes consumidores ainda garantem o lucro regulatório das empresas de energia, que aliás são lucros extremamente elevados mesmo considerando estes anos de pandemia.

É preciso restabelecer a confiança deste consumidor com mudanças que tragam mais justiça a quem “banca” tudo isto. Este consumidor arca com todos os riscos da cadeia do setor, encargos/subsídios, alguns até justos e muitos injustos e por aí vai.
Ele “paga” na sobra e na falta de energia como vimos em 2020 e 2021 e até os bancos ganham o deles nos empréstimos com juros altos, tudo em cima do consumidor.

A capacidade de pagamento dos consumidores está muito complicada e isto todos já sabem, porém a conta continua subindo. Se fala volta e meia em discutir o equilíbrio econômico financeiro das empresas do setor, mas e o equilíbrio econômico-financeiro dos consumidores, como fica?
É preciso um maior equilíbrio entre as partes na Concessão deste importante serviço público, pois de um lado as empresas obtém altos lucros e do outro lado os consumidores não estão em condições de pagar uma conta tão alta.

Uma reflexão: a tarifa de energia no país vem comprometendo a renda dos consumidores e pesando muito nos custos das empresas, todos sabemos!
A pergunta que fica é:
Se os consumidores resolvessem reduzir significadamente seus consumos de energia, como ficaria?
Pela lógica do “socorro” às distribuidoras recentemente na pandemia, os consumidores já tão fragilizados pagariam esta conta também por estarem fazendo uso consciente da energia e adequando a conta a seus orçamentos?
É preciso urgência para colocar o consumidor no centro deste rico negócio. Enfim, que modelo regulatório e tarifário é este, se é que ainda tem um “modelo”?

Por fim, é preciso um esforço de todos os órgãos do Setor Elétrico, Congresso, Governos Federal e Estaduais, além de entidades representativas da sociedade para se restabelecer o papel institucional e técnico de cada um e conjuntamente se buscar alternativas e mudanças consistentes e estruturantes para aliviar os custos com energia elétrica dos consumidores que pagam esta conta extremamente alta mensalmente e também nos serviços e produtos que adquirem.
Importante ainda ressaltar que este alívio além do segmento residencial, também beneficiará a indústria, comércio e outros setores proporcionando um diferencial competitivo e contribuindo para a geração de mais empregos e renda neste momento tão prioritário para o país.

Teomar Estevão Magri, Engenheiro Eletricista com MBA em Gestão de Negócios, Especialista e Consultor em Energia

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