Enfim Lula perdeu. O TSE decidiu que ele não será candidato. Em seu lugar mais um “poste”, Fernando Haddad, como foi Dilma nas eleições de 2014. Condenado a 12 anos de prisão em segunda instância, foi derrubado pela lei que ele mesmo sancionou: a Lei da Ficha Limpa. Ainda assim é o líder isolado em todas as pesquisas de opinião e ninguém acredita que seria derrotado se pudesse disputar o cargo de Presidente da República. Dos 37 % de intenções de voto que tem hoje, apenas 6,5% desses votos seriam transferidos a Haddad.

Numa análise superficial, o PT deverá estar fora do segundo turno, pois Haddad, no cenário sem Lula não passa dos 4% de intenções. Mas isso não é definitivo. Lula, mesmo condenado e atrás das grades, poderá aparecer em até 25% do tempo de rádio e televisão do PT, apoiando seus candidatos. Inacreditável!

As primeiras pesquisas, após inicio da propaganda eleitoral, começarão a ser divulgadas na véspera do feriado de 7 de setembro, conforme registro já feito pelos principais institutos no TSE. A partir daí, já se terá uma idéia da força das coligações, como a de Alckmin, empacado na faixa dos 5% e que, para ter 40% do total de propaganda eleitoral, juntou-se, não se sabe a que preço, mas se imagina, aos partidos que lideram as denúncias de corrupção no país; se Bolsonaro, líder isolado nos cenários sem Lula, com apenas 8 segundos, conseguirá manter os índices que, hoje, o colocariam no segundo turno; poderemos começar a avaliar qual será o impacto da presença de Lula pedindo votos para Haddad, com a mensagem subliminar de que ele, mesmo presidiário, será o presidente de fato do Brasil. É o jogo que agora começa a ser jogado pra valer.

Em entrevista à Folha de São Paulo deste domingo, FHC já admite Bolsonaro no segundo turno. Seu adversário dependerá muito do horário eleitoral. Segundo ele, Haddad ou Alckmin. Isso dependerá do quanto Lula será capaz de transferir votos para Haddad e do desempenho do candidato do PSDB, Alckmin, que reconhecidamente não é um arrebatador, não empolga e não atrai. Continua sendo o verdadeiro picolé de chuchu. Na visão de FHC, ataques a Bolsonaro somente o beneficiarão.

A divisão do Brasil hoje não é mais entre coxinhas e mortadelas. Não é mais sul contra norte, ricos e pobres. A divisão é fruto da descrença da maioria da população por assistir a instalação de um governo de esquerda, nos moldes bolivarianos e que quer se perpetuar no poder.

A crise instalada não é uma crise econômica e política. É, fundamentalmente, uma crise de confiança. A taxa de juros baixou de 14,25% para 6,25 ao ano. A inflação está abaixo da meta e as coisas pioram a cada dia.

Não há investimento nem consumo. Se não há investimento, não há criação de novos empregos, o consumo fica estagnado e a crise econômica se instala como consequência. Num país onde não há segurança jurídica, como haver investimentos? O mesmo vale para o nosso Estado, mas isso é assunto para artigo futuro. O que se sabe, verdadeiramente, é que, com o restabelecimento da confiança, o Brasil voltará a crescer muito mais rápido do que se imagina.

Aqui, neste Mato Grosso da negra, parteira e curandeira Mãe Bonifácia, que acolhia e dava alento a escravos foragidos durante a escravatura, na mata que veio a se tornar o maior e mais frequentado parque da nossa capital, o Parque Mãe Bonifácia, o destaque da semana ficou para a juíza aposentada, Selma Arruda que, pelos atos, declarações e atitudes desde que resolveu, no conforto de uma aposentadoria ainda discutível, está se transformando em um personagem saído de alguma ópera-bufa. Começou como paladina do combate à corrupção e, ao final, aliou-se àqueles que ela dizia combater. Não tomou conhecimento das regras políticas, pediu votos para adversário e por não ter sido contemplada com o tempo de TV, que não lhe era de direito, saiu atirando e acusando seus aliados, como se não soubesse quem eram eles. Vai ter muito a explicar, inclusive a acusação do Cabo Gerson na “Grampolândia Pantaneira”.

Política é coisa para profissionais, mas não profissionais do interesse pessoal, profissionais que mantém a “velha política” cada vez mais em evidência. Precisamos dos profissionais do bem que cumpram as regras partidárias, que visem o interesse coletivo e não adotem para si aquilo que nos outros condenam. Essa é a lei. A lei que deve ser cumprida.

Recomendo a leitura da letra da música O que será? (À flor da pele) de Chico Buarque de Hollanda, que bem retrata esse nosso momento.

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*RICARTE DE FREITAS é advogado, analista político e ex-parlamentar estadual e federal.

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