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Neurilan diz que deixa o PSD para não ter que apoiar Taques

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Neurilan diz que deixa o PSD para não ter que apoiar Taques

Ednilson Aguiar/Olivre

Neurilan Fraga

Neurilan Fraga defende que PSD saia da base do governo

O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga (PSD), avalia entrar na disputa para deputado federal nas eleições de 2018. Ele condiciona a candidatura, porém, à saída do PSD da base do governador Pedro Taques (PSDB). Se a sigla apoiar a reeleição do tucano em 2018, Neurilan sinalizou procurar um novo partido ou até mesmo desistir da candidatura.

“Minha posição pessoal é estar fora da base. Se minha posição for vencida, eu dificilmente serei candidato pela base do governador. Terei que mudar de partido”, declarou Neurilan ao LIVRE. “Não quero sair do PSD, um partido que ajudei a fundar, mas não posso começar uma pré-campanha dentro da base governista, enquanto defendo a saída. Seria uma incoerência”, argumentou.

Entre as divergências elencadas pelo presidente com o governador, a principal é o atraso nos repasses da saúde. Segundo o presidente, atualmente o governo deve cerca de R$ 100 milhões aos municípios, entre atenção básica, média e alta complexidade e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Neurilan está na sigla desde a fundação, em 2011, quando a construção do partido foi liderada pelo ex-deputado José Riva. Em 2014, o parlamentar disputou o governo estadual contra Pedro Taques, que acabou eleito.

Em setembro de 2015, com o fim da “Era Riva” e a filiação do vice-governador Carlos Fávaro, o PSD entrou para o governo Taques. À época, a filha do fundador, a deputada estadual Janaina Riva, conseguiu na Justiça Eleitoral autorização para se desfiliar sem perder o mandato. Neurilan, porém, decidiu continuar na sigla governista.

Novos rumos
Se concretizar a saída do PSD, Neurilan citou como opções para filiação o PP e o PR, que articulam uma aliança de oposição a Pedro Taques. Antes disso, no entanto, ele deve defender dentro do partido que haja a ruptura com o governo estadual.

“Tenho que saber para onde o PSD vai. Uma reunião no início do ano deve discutir se o partido vai apoiar a reeleição do Taques, vai lançar uma candidatura própria ou apoiar um candidato de oposição. A discussão do partido é: o que é melhor para o PSB, para a população e para os municípios de Mato Grosso?”, disse.

O presidente da AMM defende a candidatura própria, mas não descarta discutir uma aliança com outros partidos que lançarem candidatos. Ele citou o vice-governador Carlos Fávaro como única opção do PSD para encabeçar uma chapa.

“Fávaro é nosso maior líder. Se o PSD decidir por candidatura própria, ele é nosso candidato natural. Com apenas 10 dias no governo, ele mostrou habilidade política e acabou com a greve do Detran (Departamento Estadual de Trânsito). Ele seria um bom governador para Mato Grosso”, disse.

Municipalismo
O presidente do PSD, Carlos Fávaro, afirmou em entrevista recente ao LIVRE que a possível candidatura de Neurilan e a do ex-deputado Roberto Dorner são as prioridades do partido para a Câmara Federal em 2018.

Para ser candidato a deputado, Neurilan precisa se desincompatibilizar do cargo até 7 de abril de 2018, seis meses antes da eleição. Depois de três anos no comando da entidade, o dirigente deve ser apoiar na base que construiu nesse período junto aos municípios.

“Há uma vontade política de prefeitos e ex-prefeitos que eu saia candidato, porque precisamos ter representantes municipalistas por essência. Em janeiro vou conversar tête-à-tête com os prefeitos, para em fevereiro ou março decidir se vou ser candidato”, disse.

A principal bandeira citada por Neurilan é a reforma do pacto federativo. “O governo federal fica com 60% da arrecadação e os municípios com 15%. Temos que mudar essa lógica. O município é onde as pessoas moram e produzem”, disse.

Outra bandeira municipalista do pré-candidato é o fim do subfinanciamento de projetos e programas. “O governo federal passa aos municípios responsabilidades como merenda e transporte escolar, atenção básica da saúde e outros, sem dar a contrapartida financeira. A União envia R$ 0,36 por criança para a merenda e isso não paga nem um pãozinho”, destacou.

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