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Agentes reagiram atirando para cima, diz boletim de ocorrência

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Agentes reagiram atirando para cima, diz boletim de ocorrência

O boletim de ocorrência sobre a morte do detento Jesuíno Candido da Cruz Junior, 27 anos, dentro da Penitenciária Central do Estado em um motim, aponta que a causa da morte foi um tiro no lado esquerdo da testa do presidiário.

O caso foi registrado ainda na terça-feira (20), por investigadores da Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Conforme o BO, os agentes penitenciários disseram aos investigadores que o motim envolveu os detentos dos Raios 01, 02 e 03, que os atacaram com pedaços de concreto arrancados dos assentos das alas e que eles chegaram a jogar água quente nos agentes.

“Mesmo em menor número, os agentes penitenciários fizeram uso de gás lacrimogêneo e disparos de alerta com arma de fogo, para evitar fuga em massa dos presos”, consta no boletim.

Depois de conseguir conter os detentos, todos foram colocados de volta nas celas e foi possível verificar que Jesuíno estava ferido. Ele foi socorrido até a enfermaria da PCE, mas não resistiu ao ferimento e morreu.

Os investigadores afirmaram no boletim que encontraram vários pedaços de concreto na penitenciária e algumas perfurações feitas por balas em freezers que estavam no corredor do refeitório onde houve o motim.

“De acordo com dados preliminares da perícia técnica, a vítima apresentava uma lesão provocada por P.A.F. [perfuração por arma de fogo], na região temporal esquerdo”, descreve o boletim.

No bolso de Jesuíno foram encontradas duas porções de maconha, R$ 4,00 e três chips de celular. Conforme o boletim, a direção da penitenciária se comprometeu a apresentar à DHPP os agentes envolvidos na contenção e as armas utilizadas por eles.

A delegada Alana Cardoso, da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que ainda está aguardando o laudo do IML e que as investigações estão apenas começando.

Áudios ameaçando os agentes já começaram a circular nas redes sociais. Em um deles, um homem diz para reunirem seis pessoas e “fuzilar” agentes da GIR (Grupo de Intervenção Rápida), ou da SOE (Setor de Operações Especializadas), dentro das viaturas.

“Vamos fazer o seguinte: vamos arrumar seis irmãos psicopatas e detonar esse cara logo aí, pegar uma viatura daquela da GIR ou da SOE, não tem aquela viatura da SOE que saiu lá com quatro caras? Fuzilar os quatro dentro da viatura, deixar os quatro tombados dentro da viatura daquele jeitão. Nós é o crime, mano, nós não é o creme não, vamos pôr pra agir”, diz um homem no áudio.

O presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen), João Batista, disse que já está ciente dos áudios, mas não tem como afirmar que são realmente dos detentos.

“A orientação é que os agentes retornem às suas funções e, caso eles [detentos] vieram para cima, terão a resposta esperada. Isso é consequência do nosso trabalho, nós não podemos recuar”, disse João Batista ao LIVRE.

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