Reprodução / Estadão
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu nesta segunda-feira, 27, que a Petrobras seja administrada como uma empresa privada e, mantendo isso, a estatal, a exemplo do que acontece na Eletrobras, poderá dar, “quem sabe”, um passo rumo à privatização no futuro. Meirelles ponderou que a decisão sobre passar a produtora de petróleo para as mãos da iniciativa privada precisa levar em conta a tradição e o papel ocupado pela companhia na história do País.
Ao participar de fórum da revista Veja, ele comentou que a Eletrobras está em estágio mais maduro para privatização e voltou a afirmar que a venda da estatal do setor elétrico será tão relevante ao País quanto foi a privatização da Telebrás nos anos 90.
Durante o evento, Meirelles voltou a falar a respeito das eleições do ano que vem e informou que deve tomar uma decisão até o fim do primeiro trimestre sobre sua candidatura ao Palácio do Planalto.
Questionado se aceitaria ser ministro da Fazenda caso o ex-presidente Lula vença as eleições, disse que as margens para um acordo seriam, nesse caso, remotas, porque o petista vem defendendo propostas na direção contrária do que está sendo feito pelo governo Temer.
A despeito das acusações e denúncias que recaem sobre Temer, o titular da Fazenda considerou que o mais importante é que o governo inteiro segue trabalhando com resultados positivos.
Meirelles disse ter ficado enormemente surpreso com escândalo de corrupção envolvendo a J&F, a holding controladora da JBS, onde trabalhou após deixar a presidência do Banco Central (BC). Sobre a notícia de que recebeu R$ 180 milhões por serviços prestados à empresa, defendeu-se dizendo que obteve remuneração compatível com as oferecidas por grandes grupos internacionais.
Embora tenha reafirmado a previsão de crescimento médio de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano – sendo 2,7% o avanço esperado no último trimestre -, Meirelles considerou que o momento da economia brasileira não deixou de ser crítico, motivo pelo qual disse estar 100% com foco no Ministério da Fazenda.
(Com Agência Estado)