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Maggi admite responsabilidade política por corrupção em seu governo

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Maggi admite responsabilidade política por corrupção em seu governo

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), admitiu ter responsabilidade política pelos casos de corrupção ocorridos durante seu governo, de janeiro de 2003 a março de 2010. No entanto, segundo ele, isso não se estende à esfera criminal.

“De todas as coisas que estão aí sendo colocadas e investigadas de várias maneiras, não posso fugir da responsabilidade política do momento que eu vivi. Entre a responsabilidade política e a responsabilidade criminal tem uma diferença bastante grande. Eu não posso simplesmente ignorar as coisas, fazer de conta que não aconteceu”, disse Maggi, em entrevista no evento de posse de Mauro Curvo como procurador-geral de Justiça, na segunda-feira (06).

Ele negou qualquer participação na “compra” da cadeira do conselheiro Sergio Ricardo no Tribunal de Contas do Estado (TCE), apontada em ação civil da Operação Ararath. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), o ex-conselheiro Alencar Soares vendeu a cadeira para Sergio Ricardo por R$ 12 milhões. O órgão afirma que Maggi auxiliou na negociação.

“Segundo o MPE, sim. Segundo minha versão, não. Eu participei de uma reunião que discutiu quem ia para o TCE. É normal que se faça isso. Na política é normal que se discuta. E foi a única reunião que participei. Não participei de B, C ou D. Respondo a parte que me é acusada, mas estou absolutamente tranquilo”, afirmou o ministro.

Maggi disse que fortaleceu o MPE em seu governo e que a instituição está exercendo seu papel. “Dentro do processo da democracia todos precisam exercer a sua função. Não pode negligenciar. Quem está em uma determinada situação não vai sair de lá só porque Deus quer, então vai ter que responder por isso”, declarou.

Ararath

O MPE afirma que Blairo Maggi “participou de reuniões e ordenou devolução de dinheiro, tendo também ordenado pagamentos, retardando e depois concretizando compra de vaga de conselheiro do TCE, inicialmente segurando e depois forçando a aposentadoria antecipada de Alencar Soares, com o firme propósito de abrir a oportunidade de ingresso de protegidos, em negociata realizada na surdina, da qual presenciou, tinha conhecimento e aderiu”.

Segundo a denúncia do MPE, a cadeira foi comprada “com a utilização de recursos obtidos de esquemas de corrupção” no governo Maggi. No dia 9 de janeiro, o juiz Luiz Aparecido Bortolussi, da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular, acatou a denúncia e determinou o afastamento de Sergio Ricardo do cargo de conselheiro e o bloqueio de R$ 4 milhões em bens de vários acusados, entre eles Maggi. Trata-se de um desmembramento cível da Operação Ararath, da Polícia Federal.

Além de Maggi, Alencar Soares e Sergio Ricardo, também são investigados e alvos da ação de improbidade o ex-conselheiro Humberto Bosaipo, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o ex-secretário de Estado Eder Moraes, o ex-deputado José Riva, e os empresários Leandro Soares e Gercio Marcelino Mendonça Júnior, conhecido como Junior Mendonça.

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