Em um intervalo de dez dias, a imprensa de Mato Grosso foi alvo de duas ações policiais destinadas a impedir o livre exercício de suas atividades. Primeiro, a ameaça de prisão feita por policiais civis à equipe do LIVRE que apurava crimes ambientais na região de Vila Bela da Santíssima Trindade. Nesta quarta-feira, 29, foi a vez dos repórteres Rogério Florentino Pereira e Jardel Arruda, do site Olhar Direto, serem impedidos de trabalhar. Pereira chegou a ser preso e levado a uma delegacia quando tentava fotografar o desenrolar da Operação Pérfido, deflagrada pela Polícia Civil em Várzea Grande.
O Sndicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor/MT) divulgou nota de repúdio à situação. Confira a íntegra:
O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor/MT) repudia a prisão do repórter-fotográfico Rogério Florentino Pereira, na manhã desta quarta-feira (29), e o tratamento truculento da Polícia Militar dado ao jornalista Jardel Arruda.
Os dois atuavam na cobertura jornalística da ação da “Operação Pérfidos”, da Delegacia Fazendária de Mato Grosso, quando foram abordados por policiais militares. Rogério foi revistado e detido sem nenhuma explicação, enquanto exercia seu trabalho, e depois encaminhado para o Fórum de Várzea Grande e para a delegacia do município.
O repórter Jardel Arruda, ao tentar fotografar a prisão sem justificativa de Rogério, foi abordado pelos policiais que afirmaram que não poderiam fazê-lo na área.
O Sindjor/MT condena qualquer tipo de ação que obstrua o trabalho da imprensa, conforme assegurado pela Constituição Federal de 1988 no artigo 220, e ressalta que o exercício do jornalismo é garantir à população o direito constitucional à informação.
Estendemos a nossa solidariedade aos colegas que tiveram seus direitos podados e exigimos a soltura imediata de Rogério Florentino, bem como a rápida e séria investigação do caso, com a punição dos responsáveis pela truculência.
Cuiabá-MT, 29 de março de 2017
Diretoria Colegiada do Sindjor/MT
