O ex-deputado Julio Campos defendeu que o DEM lance ou apoie uma candidatura de oposição, para concorrer com a provável candidatura à reeleição do governador Pedro Taques (PSDB). Ele citou o irmão, o ex-senador Jayme Campos, e o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (que deve se filiar na próxima semana) como os nomes mais fortes do DEM para encabeçar uma chapa.
“O presidente do partido, ACM Neto, já definiu que vamos disputar eleição em 13 Estados. Um deles é Mato Grosso. Já foi escalado”, revelou Julio à imprensa, em entrevista nesta quinta-feira (15), depois do evento de retomada das obras do campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Várzea Grande, na região do Chapéu do Sol.
Julio afirmou que a bancada do partido na Assembleia Legislativa continuará aprovando os projetos que considerar bons para o Estado, mas sem compromisso com o governo. “O deputado Dilmar Dal’Bosco já entregou a liderança do governo para comunicar que nós estamos fora de qualquer possibilidade de recomposição das nossas bases com o atual governador – se é que ele vai disputar as eleições pelo PSDB. Nosso compromisso hoje é de um novo programa de governo, uma nova perspectiva de desenvolvimento econômico e social para Mato Grosso”, destacou. “Com o Pedro que não vamos estar”, afirmou.
Aliança com Fávaro
Julio disse que, embora a maioria dos líderes do DEM prefira a candidatura própria, há também quem defenda a composição com Taques e até mesmo uma aliança com a oposição. Desse modo, Julio não descarta apoio ao pré-candidato a governador da oposição, o senador Wellington Fagundes (PR), e projeta, inclusive, a possiblidade de uma aliança com o PSD do vice-governador Carlos Fávaro contra o atual governo.
“Estamos conversando. Política é a arte do diálogo. Infeliz do político que não quer conversar com ninguém, dar uma de ditador, chefão, mandatário, e acha que ele é o todo-poderoso”, alfinetou. “Fávaro é muito simpático, muito amigo, e tem todas as condições de pleitear um cargo de senador da República ou outra posição que ele entender. O DEM tem simpatia pelo seu nome, mas o DEM participa da majoritária”, disse.
O ex-deputado disse não ver contradição entre essa possível aliança e o fato de Fávaro ser vice e parte do atual governo. “Queremos estar juntos com o PSD. Fávaro é um homem de bom coração. E vice é vice”, afirmou. “O vice, eventualmente, é convocado para ajudar. Fávaro foi para a Secretaria de Meio Ambiente e fez um bom trabalho. Saiu no momento certo, quando não tinha mais tanta perspectiva de prestigiar a administração”, analisou.
Julio viu sinais de rompimento entre Fávaro e Taques quando ele abriu mão de concorrer novamente a vice e se lançou como pré-candidato ao Senado, há 15 dias. “Eu acho que ele foi muito claro quando largou uma possível candidatura à reeleição para ser candidato a senador”, disse.
Aliados desprezados
O ex-deputado ainda criticou o tratamento dado por Taques ao DEM e outros aliados na montagem do seu staff ao longo do governo. “Eu acho que o DEM tem direito de concorrer, já que, neste mandato, o governador Pedro Taques achou que o DEM não tinha nenhum valor político para compor seu governo. Então vamos disputar por conta própria as eleições de 2018 e temos certeza que iremos para o segundo turno”, prometeu.
“Se não conseguiu agregar os companheiros de 2014 é sinal que aconteceu alguma coisa. O governo deve ter deixado muito a desejar”, declarou, citando diversas pessoas que trabalharam pela eleição de Taques em 2014.
“Acho que Pedro taques sabe porque não está tendo ao lado dele os grandes apoiadores de quatro anos atrás. Onde está Otaviano Pivetta, o coordenador-geral da campanha dele? Zeca Viana (PDT), o financiador inicial da campanha? Adilton Sachetti (PRB) e Osvaldo Sobrinho (PTB), que foram coordenadores? Chico Galindo (PTB), Luiz Antonio Pagot (PTB), Julio Campos? Alan Malouf, um dos coordenadores financeiros, onde está? Cadê o grupo econômico que bancou a campanha, os maiores financiadores? E ele está com dificuldade, tanto é que teve que destituir Percival Muniz do PPS para tomar o PPS”, disparou.
