A interventora Danielle Carmona diz que é preciso ser repensado o uso da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) no SUS (Sistema Único de Saúde). O custo das contrações pela empresa pública para a Secretaria de Saúde seria mais caro e nos últimos anos ela esteve no foco de várias investigações policiais.
“Quando a gente analisa o custo de um hospital gerenciado pela Empresa Cuiabana e o custo de um hospital gerenciado pela Secretaria de Saúde, os valores são discrepantes”, afirmou.
A ECSP foi criada em 2013 para prestar serviços de alta complexidade pelo SUS de Cuiabá. Hoje, ela é responsável pelo Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e o Hospital São Benedito.
Conforme a interventora, a Empresa Cuiabana tem autonomia administrativa para contratar serviços e funcionários, sem a obrigação de receber autorização prévia da Secretaria de Saúde. Esse modelo vigorou até o início da intervenção e deve ser retomado após o fim da medida.
“A administração da Empresa Cuiabana não conversava com a Secretaria de Saúde [antes da intervenção]. E a secretaria precisa ter autonomia sobre a Empresa para conduzir todos os trabalhos. É algo que a gente analisou, mas é preciso estudo de viabilidade”, comentou.
Desde o início do primeiro mandato do prefeito Emanuel Pinheiro, em 2017, a Prefeitura de Cuiabá foi alvo de 18 operações criminais, a maioria por suspeita de corrupção na saúde, e a Empresa Cuiabana esteve envolvida em todas elas.
O diretor da empresa pública já foi preso como suspeito de desvio de dinheiro, e servidores de segundo e terceiro escalão são investigados por supostamente participar de esquema de sobrepreço de produtos e serviços.