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Governo diz receber com “perplexidade” prisões de secretários e ex-secretários

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Governo diz receber com “perplexidade” prisões de secretários e ex-secretários

Ednilson Aguiar/O Livre

governador Pedro Taques

Governador Pedro Taques diz que recebe com perplexidade fatos revelados pela Operação Esdras

O governo do Estado emitiu nota afirmando que os fatos revelados pela Operação Esdras, deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (27), foram recebidos com perplexidade. O governo reconhece que “os fatos são gravíssimos” e afirma que, “se comprovados após o devido processo legal, merecem a indignação de toda a sociedade mato-grossense” – veja a nota completa ao final.

Por decisão do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão contra dois secretários e dois ex-secretários do governo – ambos foram exonerados após o caso dos grampos vir à tona.

Na nota, o governo diz apoiar desde o início as investigações sobre os grampos. São citadas medidas como a instauração do Inquérito Policial Militar (IPM) por parte da Polícia Militar, inquéritos instaurados pela Polícia Judiciária Civil e sindicâncias no âmbito da Controladoria Geral do Estado (CGE). No último caso é apurada a adulteração no sistema de protocolo geral do Palácio Paiaguás quando do encaminhamento da denúncia dos grampos pelo promotor Mauro Zaque ao governador Pedro Taques (PSDB).

Como adiantado pelo LIVRE, o governador determinou o afastamento do secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Airton Siqueira, preso na operação. A pasta será ocupada pelo delegado Fausto de Freitas, atualmente responsável pelo Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção (GTCC).

A nota evidencia uma mudança de postura do governo com relação ao caso dos grampos. Na última semana, o governador Pedro Taques havia chamado uma decisão de Perri que afastou o secretário de Segurança Pública Rogers Jarbas e determinou o uso de tornozeleira eletrônica “absurda”, “esdrúxula”, “esquisita” e “teratológica”. Taques dizia que havia uma perseguição contra membros de seu governo.

Operação
A Operação Esdras foi deflagrada com a prisão do secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira, e do secretário afastado de Segurança Pública, Rogers Jarbas. Além deles foram presos o ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques – este pela segunda vez no caso – e o ex-chefe da Casa Militar coronel Evandro Ferraz Lesco.

Também foram presos a esposa de Lesco, Helen Chirsty Carvalho Dias Lesco, o sargento João Ricardo Soler, o major Michel Ferronato e o empresário José Marilson da Silva.

O advogado Marciano Xavier das Neves teve um pedido de prisão transformado em medidas cautelares – uso de tornozeleira eletrônica.

Todos eles são suspeitos de agir para obstruir as investigações no caso dos grampos telefônicos que foram realizados contra pessoas de interesse da cúpula do governo do Estado. Foram grampeados telefones de pessoas como a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), os advogados eleitorais José do Patrocínio e José Antônio Rosa, o jornalista José Marcondes “Muvuca”, uma ex-amante de Paulo Taques, telefones do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), entre diversos outros.

Veja a nota completa do governo do Estado:
Diante da Operação Esdras, realizada nesta quarta-feira (27.09) por determinação do desembargador Orlando de Almeida Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o Governo do Estado vem a púbico manifestar o que segue:

01) O Governo recebeu com surpresa e perplexidade os fatos revelados pela Operação Esdras. São fatos gravíssimos que, se comprovados após o devido processo legal, merecem a indignação de toda a sociedade mato-grossense.

02) O Governo reitera que apoia desde o início as investigações sobre o que foi denominado de ‘Grampolândia Pantaneira’, tendo, entre outras medidas, instaurado um IPM (Inquérito Policial Militar), inquéritos na Polícia Judiciária Civil e sindicâncias no âmbito da CGE (Controladoria Geral do Estado) para se apurar, por exemplo, adulteração no sistema de protocolo geral do Palácio Paiaguás, conforme já manifestado em outros comunicados oficiais.

03) Lembra, ainda, que remeteu ao GAECO (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual, em outubro de 2015, a única denúncia que chegou ao conhecimento do governador sobre as supostas interceptações telefônicas ilegais. E que tal denúncia foi arquivada no mesmo mês e ano pelo GAECO.

04) Em relação aos dois secretários presos nesta quarta-feira, o governador Pedro Taques anuncia o afastamento do Coronel PM Airton Siqueira Junior da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, com a designação do delegado de polícia Fausto de Freitas, do Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção (GTCC), para responder pela SEJUDH, cumulativamente, até que todos os fatos relacionados aos dois ex-secretários sejam devidamente esclarecidos.

05) O Governo de Mato Grosso conclama os demais poderes e a sociedade civil organizada a se unirem neste momento de dificuldades institucionais, por entender que o Estado e suas instituições são maiores que os indivíduos e suas circunstâncias, e devem se manter fortes, estáveis e coesos para liderar a sociedade na superação de seus desafios, sejam eles quais forem.

Cuiabá-MT, 27 de setembro de 2017.

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