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Governo de MT faz acordo de repasse com os hospitais filantrópicos e evita paralisação

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Governo de MT faz acordo de repasse com os hospitais filantrópicos e evita paralisação

Ednilson Aguiar/O Livre

Hospital Santa Casa De Misericórdia De Cuiabá

Santa Casa De Misericórdia, em Cuiabá

O governo estadual fechou um acordo com os hospitais filantrópicos e evitou a paralisação agendada para esta sexta-feira (18/08). Será feito um aporte emergencial de R$ 7,5 milhões, em parcelas de R$ 2,5 milhões por três meses.

Em Cuiabá, a Santa Casa de Misericórdia, o Hospital Geral e o Hospital Santa Helena ameaçavam encerrar as atividades. A Santa Casa de Rondonópolis também havia anunciado que poderia interromper os atendimentos.

“Existe um déficit de R$ 12 milhões nos hospitais filantrópicos que não é dívida do Estado. Mas vamos buscar meios para ajudar”, afirmou o governador Pedro Taques (PSDB), em entrevista coletiva ao fim da reunião que selou o acordo, na noite desta quinta-feira (17/08).

“Existe um déficit de R$ 12 milhões nos hospitais filantrópicos que não é dívida do Estado. Mas vamos buscar meios para ajudar”

Além disso, o governo se comprometeu a contratar cirurgias pagando três vezes o valor da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o governador, há uma fila de 9 mil pessoas em Mato Grosso esperando por cirurgias.

O secretário de Saúde, Luiz Soares, informou que o valor que será aportado com as cirurgias depende do número de procedimentos que forem realizados, ou seja, será por produção.

Ele informou que o acordo inclui cirurgias gerais, vasculares, ortopédicas, urológicas e ginecológicas.

Soares destacou a dificuldade financeira para gerir a saúde em Mato Grosso. “Temos oito hospitais públicos estaduais que também estão com problemas de financiamento. Temos que tirar de onde não tem para apoiar os filantrópicos. A tabela do SUS, defasada, não pode transferir para Estados e municípios a responsabilidade de complementar o valor que os hospitais precisam para se manter”, disse.

Alívio

O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), comemorou o acordo mas observou que ele não resolve o problema de forma permanente. “Não está tudo resolvido ainda. É um paliativo”, disse.

O vice-prefeito de Cuiabá, Niuan Ribeiro (PTB), se declarou satisfeito com o acordo firmado, mas também frisou que a solução é temporária.

Greve

Ao sair da reunião, o diretor do Hospital Santa Helena, Marcelo Sandrin, negou que a paralisação anunciada fosse uma greve ou lockout – espécie de greve de patrões em que eles impedem os funcionários de trabalhar.

Governo se comprometeu a contratar cirurgias pagando três vezes o valor da tabela do SUS

“Não teríamos dinheiro para receber novos pacientes e nem manter os que já temos internados”, afirmou.

“Todos estamos com hospitais lotados e com dificuldade para comprar insumos. Precisamos manter as instituições abertas. Com essa medida, o governador salvou vidas”, avaliou.

Fontes de recurso

A maior fonte de verba dos filantrópicos é o Ministério da Saúde, que repassa R$ 13 milhões por mês. Desde março, o governo do Estado parou de destinar R$ 2,5 milhões para as unidades.

Esses hospitais realizam cirurgias de alta complexidade, internações, consultas e pronto-atendimentos. Em todo o Estado, os filantrópicos contam com 830 leitos e realizam 1.040 atendimentos por dia.

Histórico da crise

No dia 7 de agosto, o governador Pedro Taques (PSDB) anunciou que não faria mais repasses aos hospitais filantrópicos. “O governo não tem condições nem obrigação legal de fazer repasse aos filantrópicos”, afirmou.

Na semana seguinte, os diretores dos hospitais reuniram a imprensa para anunciar que, sem os repasses do governo, fechariam as portas nos próximos dias. 

Em resposta, a Secretaria de Saúde (SES) disse que caberia às prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande utilizar os repasses do Estado para auxiliar os filantrópicos.

No dia seguinte (16/08), o governador cobrou que as instituições “abrissem as planilhas” de custo. “Quanto está gastando?”, questionou. “Eu não aceito pressão”, declarou. 

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