O governo de Mato Grosso estima que as pessoas cadastradas em apenas uma facção criminosa superam a força total de segurança pública no estado. Uma pesquisa da segurança conseguiu identificar em um grupo 20 mil cadastrados em atividade. A soma das polícias militar e civil está em torno de 15 mil.
O número foi divulgado hoje (18) em um encontro entre governadores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, para discutir medidas contra a violência nas escolas.
O governador Mauro Mendes apresentou o dado como uma ilustração do que ele chamou de “crescimento veloz das facções criminosas” e um “Judiciário lento na reposta ao aumento da criminalidade”.
“Há 250 mil escolas em todo o país vivem um momento de angústia, e eles esperam que nós tenhamos uma resposta à altura [de repressão]. Se nós olharmos o Brasil dos últimos 30 anos, a violência cresceu na maioria dos seus indicadores. A violência tem raízes profundas na desigualdade, mas ela se alimento de Judiciário lento”, disse.
Mauro disse ainda que o sistema penitenciário não tem dado conta de recuperar os criminosos. A falência poderia ser demonstrada pelo alto índice de pessoas que caem em reincidência, depois que saem da prisão. Cerca de 8 a cada 10 pessoas (85%) são presas outra vez.
“Ele é chamado de sistema ressocialização, só que na prática se transformou num sistema de requalificação para o crime. Eu baseio uma estatística amplamente divulgada de que 85% dos egressos do sistema penitenciário voltam a praticar crimes. As facções criminosas se lastreiam em todos os estados”, afirmou.