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Governadores não temem reação popular à reforma da previdência

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Governadores não temem reação popular à reforma da previdência

Mayke Toscano/Gcom

Pedro Taques e Rodrigo Rollemberg

Fórum dos Governadores do Brasil Central foi sediado em Cuiabá

 

Governadores do consórcio Brasil Central afirmam que não temem a reação popular à reforma da previdência e prometem realizá-la. Durante evento realizado em Cuiabá nesta sexta-feira, Pedro Taques (PSDB-MT) e outros gestores defenderam a necessidade de medidas duras para recuperar as contas públicas.

“Temos que afastar do Brasil o populismo fiscal e ter responsabilidade para ultrapassar essa chuva. A época de jogar pra galera não existe mais. Precisamos fazer a reforma, e defendo que os estados estejam presentes nessa discussão”, disse o governador de Mato Grosso.

Para o governador Marconi Perillo (PSDB-GO), as urnas não ameaçam a reforma. “Quem não tiver coragem de enfrentar esse debate da previdência e outras reformas é que vai perder a eleição. Ou encaramos agora ou o Brasil vai falir. Os servidores deviam estar do nosso lado”, disse.

“Um servidor fica amarrado na previdência 120 anos, porque o camarada envelhece, casa de novo, deixa uma porrada de meninos para trás com pensão. Quando estiver na UTI, morrendo, ele casa com a enfermeira”

O governador Confúcio Moura (PMDB-RO) acredita que, com mudanças ou não na previdência, haverá grande renovação nos parlamentos no próximo ano.

“Saindo ou não saindo [a reforma], 60% ou 70% dos deputados vão ser derrotados na próxima eleição, votando a favor ou contra”, prevê.

“Então, a melhor coisa que eles fazem é um bem para o país, votar a favor da reforma da previdência. Mas não uma reforma meia boca, uma reforma completa”, argumenta.

Segundo o governador de Rondônia, a maioria do eleitorado não acompanha essas discussões, e o desgaste não se reflete nas urnas. Ele recorda que, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), era deputado federal e defendeu com veemência a proposta de reforma da previdência, que acabou não saindo do papel.

“Meu nome saía em tudo que é outdoor do Estado como traidor. A porta da minha casa foi pichada por sindicatos. E eu discursava a favor da reforma da previdência”, relembra. “Disseram que eu nunca mais iria ganhar uma eleição, mas fui eleito com ainda mais votos. O povão não tem conhecimento disso. Meu eleitor não tem conhecimento disso.”

A vice-governadora de Mato Grosso do Sul, Rose Modesto (PSDB), destacou que toda mudança provoca transtorno e reações, mas acredita que, com o tempo, a sociedade irá entender. O governador Marcelo Miranda (PMDB-TO) lembrou que o Tocantins é um Estado jovem, criado pela Assembleia Constituinte de 1988, e que a preocupação dele é com o futuro dos servidores. “Daqui dez ou 15 anos, eles não terão salários se não resolver a questão previdenciária”, disse.

Pensões
Ao defender a reforma previdenciária, Confúcio Moura ainda fez um discurso contundente contra as pensões a filhos e viúvas de militares e servidores públicos. “Eu quero saber qual é o país do mundo que aguenta isso. Isso é uma aberração. Tem descendente de militar da guerra do Paraguai que ainda tem aposentadoria”, afirmou.

“Os militares se aposentam com 45 anos e vão morrer com 100 anos. Um servidor público fica amarrado na previdência 120 anos, porque o camarada envelhece, casa de novo, deixa uma porrada de meninos para trás com pensão. Quando ele estiver na UTI, morrendo, ele casa com a enfermeira”, declarou.

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