Principal

Gilmar Fabris se entrega à Polícia Federal

4 minutos de leitura
Gilmar Fabris se entrega à Polícia Federal

Ednilson Aguiar/O Livre

deputado estadual Gilmar Fabris

deputado estadual Gilmar Fabris

O deputado estudal Gilmar Fabris (PSD) acaba de se entregar à Polícia Federal. Ele chegou por volta das 14h15 na sede da entidade, em Cuiabá, no carro do seu advogado. Ele será ouvido pelo delegado Wilson Rodrigues e depois vai passar pelo exame de corpo de delito. Depois, ele deve seguir ao Centro de Custódia da Capital, onde deve permanecer preso. 

A Justiça decretou a prisão de Fabris na manhã desta sexta-feira (15/9) por suposta ocultação de provas durante a 12a. fase da Operação Ararath, batizada de Malebolge, deflagrada na última quinta-feira (14/9). O pedido de prisão foi feito pelo procurador-geral da República (PGR) Rodrigo Janot ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fabris é apontado como um dos recebedores de propina no chamado “mensalinho” da Assembleia, ocorrido durante a gestão do ex-governador Silval da Cunha Barbosa (PMDB). Em sua delação premiada, o ex-governador afirmou que os deputados estaduais recebiam R$ 600 mil anuais, em 12 parcelas de R$ 50 mil, para dar votos favoráveis a projetos do executivo estadual, além de não investigarem membros do governo.

Os valores seriam desviados de obras do programa MT Integrado, lançado em 2013, que previa obras totalizando mais de R$ 1,5 bilhão em todo o Estado. Silval ajustou junto aos empresários responsáveis pelas obras que a cada medição realizada um valor em propina seria pago, com o objetivo de abastecer os pagamentos aos deputados.

Os pagamentos seriam feitos em prédios do governo e também na própria Assembleia. Ao todo, 11 deputados foram filmados pelo ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Cézar Corrêa, recebendo maços de dinheiro – Fabris não está entre os que foram gravados. O ex-chefe de gabinete entregou, como prova em seu acordo de colaboração premiada, a relação completa daqueles que receberam o mensalinho.

Confira o vídeo da chegada do deputado:

YouTube video

 

Repercussão 

Ao longo da manhã desta sexta-feira, as principais autoridades do Estado comentaram o caso. O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), afirmou que será preciso votar no plenário da Assembleia Legislativa a manutenção da prisão do deputado.

Em entrevista coletiva depois da inauguração de novos leitos no hospital e pronto-socorro municipal de Várzea Grande, Botelho afirmou que a Polícia Federal tem um prazo de 24 horas para notificar a Assembleia Legislativa sobre a prisão. Depois disso, os deputados decidem se ele continua ou não preso.

Já o governador Pedro Taques, que também é professor de direito constitucional, disse que é desnecessária a autorização do parlamento para prender um deputado estadual. No entanto, ele confirmou que é preciso autorização do Legislativo para que o deputado continue preso.

Operação 

A Polícia Federal, junto ao Ministério Público Federal (MPF), deflagraram na última quinta-feira a 12a. fase da Operação Ararath. O foco eram os alvos citados por Silval Barbosa e seu ex-chefe de gabinete, Silvio Cézar Correa de Araújo, em delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Foram realizadas buscas em 65 endereços.

Policiais civis também foram às ruas. Foram envolvidos mais de 100 agentes policiais na operação em Cuiabá, São Paulo, Brasília, Sorriso, Tangará da Serra, Araputanga, Primavera do Leste, Ronodonópolis, Pontes e Lacerda, Sinop e Juara.

A casa do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), foi alvo de busca e apreensão – assim como os prédios da Prefeitura de Cuiabá e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Casas de deputados estaduais e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) também foram alvos.

O apartamento do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em Brasília, também teve buscas. Maggi é acusado por Silval Barbosa de ter pago R$ 3 milhões para que o ex-secretário Éder Moraes mudasse o depoimento que culminou no arquivamento parcial da operação Ararath.

Todos os mandados foram expedidos pelo ministro Luiz Fux, do STF, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes