Com objetivo de furtar armas, um grupo de ladrões arrombou a porta da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) de Alta Floresta (790 km de Cuiabá) – na madrugada de sábado (28). Eles levaram pelo menos 20 revólveres, um colete balístico e materiais de insumo.
Segundo o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais de Mato Grosso (Sindpeco), Antônio Magalhães, a ocorrência era uma “tragédia anunciada”, tendo em vista que a segurança de todos os prédios do órgão é deficiente.
Apenas três unidades de áreas metropolitanas possuem vigilância privada e as demais ficam desprotegidas.
O porte de arma dos peritos também foi revogado em 2013, o que deixa o ambiente de trabalho ainda mais inseguro. Naquela ocasião, justificaram que a autorização era estadual, porém a autonomia sobre o caso era federal.
Contudo, a categoria questiona que outras classes, como a dos agentes do socioeducativos, mantém o porte por autorização estadual.
“Já pedimos várias vezes providências ao governo e nada foi feito. É tanto ofício que se fossem enfileirados, chegariam na lua”, desabafa Magalhães.
Origem das armas
As armas levadas pelos criminosos são provenientes de inquéritos e apreensões da polícia. Elas precisam ser periciadas e depois devolvidas para delegacia.
O problema é que todas as unidades do interior têm poucos peritos e, o mesmo que pericia as armas, pericia também drogas e vai ao local de crime. Assim, existe um acúmulo de trabalho e, como consequência, de armas de fogo.
Também favorece a aglomeração o fato de uma Politec atender vários municípios e nem sempre haver carro e policiais em condições de levar as armas para as delegacias de origem.
Magalhães lembra que o prejuízo do furto é incalculável.
“Além do fato de termos mais armas nas ruas, o que é um problema para a segurança pública, teremos problemas nos inquéritos vinculados as armas. Pode acontecer de culpados serem liberados por falta de provas”.
Investigações
O delegado Pablo Carneiro informou que desde ontem a equipe está no local fazendo levantamento de quantas armas foram levadas e as identificações delas. Também há investigadores em campo, em busca de informações.
Carneiro afirmou que hoje pela manhã ouviu o diretor da unidade e que assim que tiver informações mais sólidas, irá divulgá-las.