Ednilson Aguiar/O Livre
Coronel Evandro Lesco, chefe da Casa Militar
O secretário-chefe da Casa Civil, José Adolpho de Lima Avelino Vieira, relatou, nesta segunda-feira (26), como se deu o vazamento de informações sobre a prisão do coronel Evandro Lesco, então chefe da Casa Militar, nas investigações que apuram a prática de grampos ilegais.
Vieira disse que foi surpreendido pelo coronel Airton Siqueira Júnior, secretário de Justiça e Direitos Humanos, em sua sala na manhã de sexta-feira (23). Siqueira teria relatado que os coroneis Alexandre Mendes e Fortes – corregedor e diretor de inteligência da PM – estavam reunidos com Lesco naquele momento. Ao saber disso, o chefe da Casa Civil foi até a Casa Militar para saber do que se tratava. “Na hora em que entrei na sala, eles começaram a falar e colocar a situação que foi exposta ao governador”, contou.
O conteúdo da conversa, segundo documento entregue ao Tribunal de Justiça, foi um alerta por parte dos coroneis de que possíveis prisões seriam decretadas. “Eu fui testemunha de um crime, narrei ao governador e ele passou a informação ao Tribunal de Justiça imediatamente”, contou. “O governador agiu dentro da lei. Ele poderia ficar quieto e não fazer nada, não é verdade? Ele tomou a atitude certa”, avaliou o chefe da Casa Civil.
Além de comunicar o vazamento ao TJ, o governador em seguida exonerou o comandante-geral da PM. Questionado sobre a atitude, José Adolpho disse que trata-se de um procedimento regular para cargos de confiança. “Houve perda de confiança”, disse. Ele também voltou a defender o coronel Lesco, preso no fim da tarde de sexta-feira. “Lesco tem a nossa inteira confiança”, declarou.
