O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), desembargador Geraldo Giraldelli, disse que essa eleição foi “a mais difícil de toda história da Justiça Eleitoral”, por causa de adaptação a novos cenários e disputas acirradas.
A apuração de votos do segundo turno em Cuiabá encerrou em cerca de uma hora e meia e o dia de trabalho foi considerado “dentro da normalidade”. Contudo, o primeiro turno teve problemas técnicos e de pandemia.
O que mais chamou a atenção foi a lentidão para divulgação das urnas apuradas. A primeira parcial, no dia 15, somente foi divulgada por volta das 18h50, quase duas horas após o encerramento da votação.
Daí em diante, as atualizações oscilaram entre 40 minutos e uma hora. A mudança na transferência de dados, passando ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a responsabilidade de divulgação, não saiu como previsto.
Durante a semana seguinte se descobriu que o sistema do TSE havia sido acatado por hackers brasileiros e portugueses. Foram duas ocorrências, a primeira em setembro e outro no dia do primeiro turno. Conforme o tribunal, essa segunda sobrecarregou o sistema, mas sem afetar a contagem de votos.
“No primeiro turno, nós fizemos transferência para o TSE com agilidade costumeira, aliás, muito mais ´rápido que em eleições anteriores. O resultado de todo o Estado de Mato Grosso foi enviado ao Tribunal Superior Eleitoral em duas horas. O problema [do primeiro turno] foi na divulgação dos números e não na totalização”, pontuou o presidente.
Polaridades
O desembargador disse ainda que a preocupação com as medidas de segurança sanitária pesou no planejamento de serviços. Além das regras nos locais de votação, o planejamento inicial era realizar uma apuração fechada, com a participação de somente os delegados partidários. A medida foi revisada e autorizou a presença da mídia.
Geraldo Giraldelli disse que as eleições de 2020, em Cuiabá, ficaram marcadas mais pela polarização entre os concorrentes à Prefeitura de Cuiabá, seus respectivos apoiadores, do que por imprevisto técnico na Justiça Eleitoral.
O segundo turno foi vencido por Emanuel Pinheiro (MDB) com diferença de menos de 10 mil votos, o que politicamente representa um cenário acirrado de disputa de votos. Na proporção, o prefeito reeleito venceu com 51,15% dos votos válidos.
Esse resultado foi alcançado após ele ter encerrado o primeiro turno em segundo lugar, três pontos percentuais atrás do candidato Abílio Brunini (Podemos).
“Se você computar o primeiro e o segundo turnos, talvez tenha sido a eleição mais difícil, foi o maior teste, maior prova de fogo da Justiça Eleitoral em toda a sua existência”, afirmou.