Ednilson Aguiar/O Livre
Fabio Garcia e Mauro Mendes são aliados de Marcio França
O deputado federal Fabio Garcia disse que a decisão desta quarta-feira (26), que o retirou da presidência do PSB em Mato Grosso, se deu apenas por falhas formais e que ainda não houve decisão sobre o mérito da questão. Desse modo, ele se disse confiante e informou que vai recorrer na 5ª Vara Cível de Brasília (DF), atendendo a todos os requisitos exigidos.
“A decisão foi apenas em função de que Valtenir não foi citado na inicial. Então agora vamos recorrer e citar”, disse Garcia.
O juiz considerou que faltou incluir como partes do processo as pessoas que foram retiradas do cargo pela decisão da semana passada – ou seja, o então presidente Valtenir Pereira e os outros membros da executiva estadual, todos reconduzidos aos cargos com a decisão de hoje. Garcia processou a direção nacional do PSB e deixou Valtenir de fora do processo.
‘Outros interesses’
Fábio Garcia assumiu a presidência do PSB em abril de 2015 e foi destituído da presidência do PSB em 27 de abril de 2017 pelo presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira. O motivo alegado foi a desobediência à orientação partidária de votar contra a reforma trabalhista.
No dia 14 de junho, Siqueira nomeou Valtenir como presidente do PSB em Mato Grosso, minutos depois de o deputado se filiar à sigla. Fábio Garcia levou o caso à Justiça e conseguiu recuperar o comando no dia 17 de julho. Agora, uma nova reviravolta devolveu a presidência a Valtenir.
O deputado atribui ao presidente nacional do partido o imbróglio vivenciado no PSB de Mato Grosso.
“É uma situação muito desconfortável para todo mundo”, afirmou. “E não fomos nós que causamos. O presidente nacional deveria se preocupar em fortalecer o partido, mas os interesses dele são outros. O tempo vai mostrar”, disse.
Racha nacional
A judicialização do comando do PSB em Mato Grosso ocorre em meio ao racha nacional da sigla, dividida entre os aliados de Siqueira e os de Márcio França, vice-governador de São Paulo, que ensaia disputar a presidência do partido.
Os dissidentes já foram convidados pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do Democratas, a participar da modelagem da nova roupagem que o partido terá. Parte do grupo do PSB ameaça debandar em direção ao DEM, que tem a pretensão de se tornar a terceira força política do país.
Garcia foi cauteloso ao tratar do assunto. Ele confirmou que está participando da discussão do “novo” DEM, mas não fala em filiação ainda. “Estou participando da discussão porque fui convidado. Temos recebido diversos convites de outros partidos e vamos decidir em conjunto. No momento, estamos fazendo nossa luta no PSB”, disse.
Eventuais desfiliações devem ocorrer somente quando houver uma nova janela de infidelidade partidária, o que pode ocorrer em outubro, se for feita uma nova reforma política, ou em março de 2018, se nada mudar.
