O ex-secretário-adjunto da Secretaria de Saúde de Cuiabá, Milton Corrêa da Costa Neto, é o investigado pela Polícia Federal por suposto desvio de R$ 3 milhões. Milton esteve no cargo até 2020 e foi investigado na Operação Overpriced, deflagrada no mesmo ano.
A investigação da Polícia Federal, de agora, apura o suposto “pagamento de vantagens” de uma empresa particular contratada pela Secretaria de Saúde, para continuar com o contrato de serviço.
A operação é a quarta fase da Operação Curare, deflagrada em 2021. A PF investigava na época um grupo empresarial que teria recebido R$ 100 milhões da Secretaria de Saúde, entre 2019 e 2020. Os investigados também se manteriam na prestação de serviços com pagamento de vantagens.
Desta vez, a investigação se concentrou na relação da Secretaria de Saúde com uma empresa que teria “uma pessoa interposta” na negociação. O intermediário é apontado como um funcionário do alto escalão da Saúde, na época em que os crimes ocorreram, que seria Milton Corrêa.
A Polícia Federal identificou as práticas de corrupção e lavagem de dinheiro. Os R$ 3 milhões desviados teriam sido usados em parte para a compra de uma aeronave. Ainda conforme a PF, o avião caiu com pessoas supostamente ligadas ao intermediário.
Overpriced
Milton Corrêa da Costa Neto já era investigado na Operação Overpriced, de 2021. A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) apurava excesso de compra de medicamento pela Secretaria de Saúde de Cuiabá.
Milton ocupava o cargo de secretário-adjunto quando os contratos foram assinados. Segundo a Deccor, três empresas participaram da compra de medicamento, efetuada sem licitação pública e com indícios de direcionamento.
A quantidade de medicamento comprada pela Secretaria estaria superestimada, com base em 180 dias de consumo dos produtos.
Em 2022, a Prefeitura de Cuiabá assinou contrato de R$ 5 milhões com a empresa Family Medicina e Saúde, também com dispensa de licitação. Milton Corrêa faz parte da direção do grupo.