O governador Mauro Mendes diz que o investimento em segurança pública não conterá sozinho o avanço da violência e das facções criminosas. A contratação de policiais, a compra de armas e o aumento de vagas nos presídios precisariam ser acompanhados por uma legislação penal mais rigorosa.
“O esforço [para combater as facções] tem sido em vão. As organizações criminosas estão crescendo como câncer em todo o país. Aqui em Mato Grosso, nós compramos armas, zeramos o déficit de vagas nas prisões, a polícia prende, mas a Justiça solta. Não é porque a Justiça ou o juiz é bonzinho; a lei é frouxa. Estamos secando gelo”, disse ele hoje (15) em entrevista à rádio Jovem Pan.
O governador citou dois exemplos do que considera frouxidão das leis. O primeiro é a possibilidade de soltura de criminosos presos em flagrante, poucas horas após a prisão, via audiência de custódia. O segundo é a saidinha de prisão concedida a detentos em datas festivas.
“Nós prendemos aqui um bandido com 300 quilos de maconha, dois dias depois ele estava na rua após audiência de custódia. O bandido tem a saidinha e não volta mais ou comete algum crime nesse tempo [fora da prisão]. O responsável por isso são as leis frouxas. O bandido perdeu o medo do Estado, da Justiça, isso não é bom a médio prazo”, afirmou.
Mato Grosso deve somar mais de R$ 9 bilhões em investimento na segurança pública até dezembro. O orçamento de 2024 tem previsão de R$ 4,6 bilhões para a Secretaria de Estado de Segurança (Sesp), no ano passado foram aplicados R$ 4,5 bilhões.
