A partir de 1º de janeiro de 2024, o governo holandês implementará uma ampla proibição do uso de telefones celulares, tablets e smartwatches nas salas de aula. A medida visa reduzir as distrações durante as aulas e melhorar o foco dos alunos.
No Brasil, ainda não há nenhuma medida neste sentido. Contudo, pesquisas apontam que 95% dos pais se preocupam com o uso excessivo dos aparelhos pelos filhos.
De acordo com as novas regras holandesas, esses dispositivos só serão permitidos se forem especificamente necessários, como em aulas de habilidades digitais, por motivos médicos ou para estudantes com deficiência. O ministro da Educação, Robbert Dijkgraaf, enfatizou a importância de proteger os alunos e fornecer a eles um ambiente propício ao estudo.
A proibição foi resultado de um acordo entre o ministério, escolas e outras organizações relacionadas. As escolas terão flexibilidade para encontrar sua própria maneira de implementar a proibição, mas se as medidas adotadas não forem eficazes até o verão de 2024, serão aplicadas regras legais.
Essa decisão segue uma tendência que já ocorre em outros países europeus. A França também proibiu o uso de telefones celulares nas salas de aula, e a Finlândia anunciou uma medida semelhante recentemente.
Uso excessivo no Brasil
No contexto brasileiro, o uso de dispositivos eletrônicos pelos jovens é expressivo. Segundo um estudo da McAfee, o Brasil lidera o ranking de uso de smartphones entre pré-adolescentes e adolescentes, com uma taxa de uso de 96%. Esse número está muito acima da média global e evidencia a forte presença desses dispositivos na vida dos jovens brasileiros.
O estudo também revelou que o uso de smartphones começa em idades cada vez mais precoces, sendo que 95% dos pré-adolescentes e adolescentes no Brasil afirmaram usar um smartphone desde muito cedo. Além disso, o uso desses dispositivos para atividades recreativas e sociais, como assistir vídeos e jogar, também é significativamente maior no Brasil em comparação com a média global.
Enquanto os jovens brasileiros estão cada vez mais conectados, os pais demonstram uma preocupação maior em relação ao tempo que seus filhos passam na frente das telas.
De acordo com a pesquisa da McAfee, 71% dos pais brasileiros estão preocupados com o uso excessivo de dispositivos pelos seus filhos, sendo que 39% afirmaram estar “muito preocupados”. Essa preocupação supera a média global e evidencia a necessidade de medidas para equilibrar o uso dessas tecnologias.
A proibição do uso de dispositivos eletrônicos nas salas de aula na Holanda e a preocupação dos pais brasileiros em relação ao uso excessivo desses dispositivos pelos jovens destacam a importância do debate sobre o equilíbrio entre o uso de tecnologia e a educação. É fundamental encontrar estratégias que permitam o uso saudável dessas ferramentas, garantindo ao mesmo tempo um ambiente propício ao aprendizado e desenvolvimento dos alunos.