Empresas de supermercados lançaram hoje (27) a edição 2023 do Expoecos, na expectativa da aprovação da reforma tributária. O nivelamento do imposto a um mesmo patamar para diferentes setores econômicos deve acrescentar ou elevar encargos sobre vários produtos.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Mato Grosso (Sincovaga), Kássio Catena, diz que o novo sistema de tributo apresentado pela Câmara Federal deve afetar 1 de 3 empresas de pequeno porte.
Segundo ele, os empresários não conseguirão repassar para o consumidor toda a cobrança sobre produtos que serão majorados. O percentual que não entrará nos preços deverá ser coberto pelos estabelecimentos. Mas, eles não teriam condição de bancar o aumento de encargos.
“Com o aumento da carga tributária, 30% do setor varejista no modelo [de tributos] que existe hoje não conseguirão resistir. Uma em cada três empresas não vai aguentar. As grandes empresas têm formas de se adequar. Elas têm capital estrangeiro, grande acesso a financiamento, e os pequenos não têm”, comenta.
Tomate, feijão e arroz (ambos in natura) são alimentos, hoje, livres de impostos que passarão a ter encargo de até 23% no modelo previsto para reforma tributária. A mesma alíquota será cobrada sobre produtos supérfluos, como uísque e vinho.
O texto apresentado na semana passada pelo relator da reforma tributária na Câmara Federal, deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), propõe duas faixas de impostos, de 13% a 25%. A reforma também elimina a concessão de incentivos fiscais.
Evento regional
O Expoecos (Encontro Centro-Oeste dos Supermercados, Atacadistas, Distribuidores, Indústria e Food Service) está programado entre 15 e 17 de agosto. A feira retomada as edições suspensas em 2021 devido à pandemia.
A expectativa é que sejam negociados R$ 15 milhões nos três dias de evento, com público estimado em 15 mil pessoas. Cerca de 80 empresas devem expor em stands.
O Instituto de Pesquisa Fecomércio (IPF) calcula que 11.774 empresas de atacado e varejo estão instaladas em Mato Grosso. Os estabelecimentos representam juntos a 3% de todo o comércio no estado.
A maior quantidade é de empresas de micro porte no varejo (86%) e 9% de pequeno porte. Os impostos pagos por elas somaram R$ 193 milhões, até março deste ano. Ao longo de 2022, foram R$ 693 milhões de ICMS.