Foi confirmada a formação de El Niño, fenômeno que muda as condições climáticas, este ano. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) declarou na última quinta-feira (8) que as chances do fenômeno acontecer são de 84%.
O que é El Niño?
O El Niño é uma das fases de um fenômeno mais amplo chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS). As condições climáticas confirmadas pela NOAA são para a fase positiva. Elas geram calor reforçado no verão e o inverno menos rigoroso.
Isso ocorre porque o fenômeno dificulta o avanço de frentes frias no país, fazendo com que as quedas sejam mais sutis e mais breves. O ar fica mais seco e passa a circular para baixo, o que dificulta a formação de chuva.
“O El Niño tem um impacto muito grande sobre as chuvas na região da Amazônia, pois ele acaba inibindo a formação de chuvas nesta área. Para Mato Grosso, a região norte pode apresentar uma diminuição nas chuvas, tendo em vista que sofrem um impacto maior dos sistemas de chuva da Amazônia”, explica o doutor em clima e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Rodrigo Marques.
O El Niño deste ano deve ocorrer três anos após o último fenômeno. Em Mato Grosso, ele já foi associado ao período de estiagem mais forte no meio do ano e ao calor mais intenso entre setembro e dezembro.
Super El Niño
O doutor em clima diz que essas são as suas características. E para este ano há uma chance (25%, segundo a NOAA) de ser mais intenso, o que configuraria um Super El Niño.
“Alguns locais [em Mato Grosso] poderão ter registro de temperaturas mais elevadas que o normal. Isto vai depender da intensidade do El Niño, se for identificada a ocorrência de um Super El Niño podemos ter temperaturas na casa de 2,5°C acima da média”, diz o professor.
Segundo ele, embora o El Niño tenha sido identificado, a expectativa é que o pico de temperaturas ocorra em Mato Grosso no verão do próximo ano, ou seja, entre o fim de 2023 e o início de 2024.