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Eike pode ter abandonado o país com passaporte alemão, suspeita PF

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Eike pode ter abandonado o país com passaporte alemão, suspeita PF

Agência Estado

Eike

 

A Polícia Federal suspeita que o empresário Eike Batista, alvo da Operação Eficiência, pode ter saído do Brasil usando um passaporte alemão. A informação foi dada pelo delegado Tacio Muzzi, da Polícia Federal.

Alvo de mandado de prisão preventiva por suspeita de envolvimento com organização criminosa liderada pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o empresário está foragido.

A PF foi à residência de Eike, no Rio, às seis horas da manhã desta quinta-feira, 26, mas ele não foi localizado. A defesa de Eike informou que ele está em viagem fora do país. Ele estaria em Nova York.

O empresário pode ter viajado na noite de 24 de janeiro. A PF ainda não trabalha com a hipótese de vazamento da operação.

O delegado Tacio Muzzi informou que o nome de Eike poderá ser incluído na difusão vermelha da Interpol, que lista os mais procurados em todo o mundo. O delegado disse que “não se pode afirmar categoricamente que Eike teve intenção de fugir do País”.

Operação
Nesta quinta-feira, a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de prisão, dos nove mandados expedidos pela Justiça. São eles Alvaro Novis, Flavio Godinho, Tiago Aragão e Francisco Novis. Três já se encontravam presos – Sergio Cabral, Wilson Carlos e Carlos Miranda. Não foram cumpridos mandados contra Francisco de Assis e Eike Batista.

De acordo com o procurador Leonardo Freitas, coordenador da Lava Jato no Ministério Público Federal, o ex-governador Sergio Cabral amealhou US$ 100 milhões, depositados numa conta no exterior de nome Eficiência. Desse total, US$ 85 milhões já foram recuperados e estão à disposição da Justiça brasileira. O restante dependerá de acordos internacionais para sua repatriação. 

O procurador Eduardo El Hage detalhou o pagamento de propina de US$ 16,5 milhões a Sergio Cabral. O valor foi solicitado pelo ex-governador em 2010. No ano seguinte, foi firmado contrato fictício para dar lastro a essa transferência, entre a empresa Centannial Asset Mining Fuind, holding de Batista, e a empresa Arcadia Assocaidos. A Arcadia recebeu os valores ilícitos numa conta do Uruguai. 

“O senhor Eike Batista procura escamotear a verdade dos órgãos públicos de persecução penal, fazer com que contratos falsos dêem tom de legalidade a operações que dizem respeito à lavagem de dinheiro”, afirmou o procurador. De acordo com os procuradores, a prisão de Eike busca preservar a investigação e a manutenção da ordem Pública. Repasses da EBX para o escritório da ex-primeira dama Adriana Ancelmo corroborou para o pedido de prisão do empresário.

Vazamento
A Polícia Federal investiga se houve vazamento da operação Eficiência. O empresário Eike Batista comprou na terça-feira, dia 24, passagem para Nova York e embarcou naquela mesma noite, com passaporte alemão. A Polícia Federal quer confirmar agora se Eike de fato desembarcou nos Estados Unidos ou se interrompeu a viagem em alguma conexão e mudou seu destino.

O delegado Tácio Muzzi, titular da delegacia de Combate à Corrupção (Delecor), explicou que a demora entre o mandado de prisão, concedido pelo juiz Marcelo Bretas em 13 de janeiro, e a deflagração da operação ocorreu porque ainda havia procedimentos a serem realizados, como o repatriamento de US$ 85 milhões.

“É prematuro falar em vazamento, mas a Polícia Federal está apurando. E caso não haja o retorno espontâneo de Eike Batista, serão tomadas as medidas cabíveis com apoio da Interpol”, afirmou Muzzi.

Ainda de acordo com o delegado, no cumprimento do mandado de buscas, foram apreendidos carros de Eike Batista, inclusive o Lamborghini Aventador, avaliado em R$ 2,5 milhões, que ornamenta a sala do empresário, na mansão do Jardim Botânico, zona sul do Rio. Os veículos, no entanto, ficarão na casa do empresário, nomeado fiel depositário dos bens. Eles não podem ser vendidos.

O Ministério Público Federal (MPF) identificou desde o início da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio, indícios de que parentes do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) seriam destinatários de valores em espécie recebidos da suposta organização criminosa liderada pelo político.

Isso justificaria a condução coercitiva da ex-mulher de Cabral, Suzana Neves Cabral, e do irmão do ex-governador, Maurício de Oliveira Cabral Santo. De acordo com o procurador da República Eduardo El Hage, foram encontrados na casa de Maurício na manhã desta quinta-feira, 26, R$ 30 mil, milhares de dólares e euros em espécie.

(Com Agência Estado)

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