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Educação militar, respeito em 1º lugar!

Alguns valores são inegociáveis e o respeito é um deles. Sem isso é impossível a convivência em sociedade

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Educação militar, respeito em 1º lugar!
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Alguns valores são inegociáveis e o respeito é um deles. Sem isso é impossível a convivência em sociedade. Nesta semana, uma cena provocou a atenção dos mato-grossenses. Uma profissional da educação afrontou policiais durante uma audiência pública que iria decidir se a Escola Adalgisa de Barros, em Várzea Grande, passaria a ser uma escola estadual militar.

O que deveria ser uma discussão saudável, democrática, dialogada e com a participação da comunidade, transformou-se em uma cena vexatória, eivada de momentos absurdos e desrespeitosos.

Houve “educadora” apontando o dedo na cara de policial. Houveram gritos, falas de protesto, entre outros atos que demonstram inaptidão ao diálogo. Até mesmo uma profissional da educação ligada à Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) precisou pedir “respeito, é uma educadora que está falando”.

Sou militar e agora Deputado Federal eleito, e sempre acreditei nos princípios democráticos, mesmo sendo cercado de disciplina. O respeito está na base desses valores, e acredito que deve ser uma das principais premissas da Educação, que é uma bandeira que carrego.

Estou convencido que a falta de respeito não coaduna com os anseios de uma sociedade, que luta por dias melhores, condições de vida e uma educação que garanta o futuro dos seus filhos. Não respeitar a apresentação de uma proposta e provocar militares são demonstrações cabais de que o bem coletivo não é e nunca foi a prioridade de determinados setores.

Naquela audiência pública se perdeu a oportunidade de conhecer a verdadeira realidade das escolas estaduais militares. Pois aproveito este espaço para falar um pouco o que esse modelo de educação é capaz.

A primeira escola militar de Mato Grosso foi criada em dezembro de 1986, e em outubro de 2000, passou a denominar-se Escola Estadual da Policia Militar “Tiradentes”. Em mais de 22 anos, todos os governos que assumiram nas esferas municipais, estadual e federal reconheceram a importância e a contribuição do ensino militar aos indicadores educacionais e contra a criminalidade.

Quando a Polícia Militar do Estado de Mato Grosso se colocou à disposição para gerir escolas estaduais ela tinha a visão de que a Educação é uma estratégia de prevenção primária da criminalidade. Hoje, Mato Grosso possui 26 unidades geridas numa parceria entre a Secretaria de Estado de Educação, sendo 24 pela Polícia Militar e duas escolas sob a gestão do Corpo de Bombeiros.

Dados da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), apontam que em 2022, as 26 escolas militares tinham 13,9 mil alunos matriculados. Em 2023, já são mais de 17 mil alunos, um crescimento de 23,3%, o que demonstra que os pais, alunos, professores e toda a sociedade confia nesse modelo educacional, que não se pretende ser o único, mas sim uma opção eficiente e disponível para oferecer educação com qualidade, resultados e valores.

Vale destacar, que em Mato Grosso, nenhuma das 26 unidades foram implantadas por iniciativa do Governo Estadual sem a convocação ou aval da comunidade. Não foi diferente com o projeto estabelecido para a Escola Adalgisa de Barros, em Várzea Grande, que nesta semana foi palco de uma série de desrespeitos e demonstração da crise educacional em muitos aspectos.

Trazer a discussão da instalação de unidades neste formato para um revanchismo político, como infelizmente protagonizado nesta semana é um grande equívoco e quem sai perdendo são nossos jovens estudantes. Pois os índices de aprovação de alunos das Escolas Militares de Mato Grosso nas Universidades Públicas têm crescido cada vez mais, além de ganhos em vários níveis: alunos que passaram a respeitar professores, colegas e familiares; queda na criminalidade e da ação de faccionados ao entorno das escolas; aprovação da vizinhança das escolas que agora se orgulha em ver estudantes se comportando de forma cívica, respeitosa e educada.

Por outro lado, politizar atos que tem o intuito de atender a população é uma prática que não cabe mais.  A sociedade quer ações e resultados do Poder Público e seus representantes que a beneficiem. Politicalhas não resolvem, não trazem benefícios e não colaboram para a implementação de políticas públicas que atendam as demandas do Estado e dos cidadãos.

Estou e estarei sempre pronto para discutirmos avanços e os clamores da sociedade, mas acho que estas atitudes materializadas na Escola Adalgisa de Barros são um retrocesso que não contribuem para o Mato Grosso que sonhamos, queremos e esperamos dos setores representativos da sociedade.

Vamos avançar com diálogo, discussões que nos elevem a patamares de realidade, usando a seriedade que deve pautar a todos. Minha solidariedade aos policiais desrespeitados, assim como meu respeito a todos os profissionais da educação, professores, alunos e familiares, que realmente querem Educação de verdade. Fica aqui meu repúdio a aqueles que não sabem dialogar e respeitar, a aqueles que são intolerantes, e contraditoriamente exigem respeito.

Quanto ao mais, estou pronto e ansioso para contribuir com iniciativas que possam transformar nossa sociedade por meio da segurança e educação.É o que penso!

Coronel Assis é Deputado Federal eleito por MT.

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