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Do estúdio caseiro em Cuiabá às pistas internacionais, produtor musical emplaca projetos

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Do estúdio caseiro em Cuiabá às pistas internacionais, produtor musical emplaca projetos

No recanto de casa e de dentro do enxuto estúdio montado em seu apartamento, o produtor musical Marcos Vinícius Garbin tem ganhado o mundo. Mesmo com a devoção ao rock, há três anos foi “flechado” pela música eletrônica. Foi tempo suficiente para colecionar conquistas e emplacar algumas de suas produções musicais em séries de TV, comerciais, filmes, coletâneas europeias e até música em um game alemão.

Nos idos de 2015, ao teclado sintetizador somou a primeira controladora midi, e com mais alguns poucos recursos as primeiras músicas ganharam forma e fonograma, sejam autorais ou remix muito bem trabalhados.

Em 2017, o remix de “Caipirinha”, do Maestro Billy, entrou no Level 1 do VR Game Holodance da desenvolvedora de games alemã Narayana Games. Recentemente, remixou também uma das canções do disco Analosintético, de Rogê Além, a Melô do Desespero e ainda, lançou de forma independente, o single Aceleration. Com diversas outras produções engavetadas, Marcos prepara novos lançamentos ainda para este ano.

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No mês passado, o dedo criativo de Sheipz passou também pelo cinema local. A trilha original do filme Chiclete Imaginário, do diretor Luiz Marchetti é do produtor musical.

O início

As primeiras produções, ainda na fase experimental, renderam um EP com seis músicas. Uma delas, intitulada Bang!, foi lançada pelo selo 4Beat Records, da Eslováquia, e entrou em uma coletânea chamada Various Artists – Ibiza Beach House Anthems, VOL.1, disponível no streming do Spotify.

Após essa fase experimental, produziu o single The Night, que no início de 2017 agradou ninguém menos que o famoso produtor musical alemão Jens Lissat, na época dono do selo Deepartament Records, especializado no estilo Deep House. O caminho até Berlim – meca da música eletrônica – foi aparentemente simples: Marcos enviou a música a JL que gostou do trabalho e resolveu lançar. Simultaneamente, outros dois produtores alemães remixaram e lançaram suas versões de The Night, que podem ser encontradas no Spotify, bem como a versão original (todas as principais produções de Sheipz estão disponíveis em seu perfil oficial de artista no Spotify, Deezer, Rdio e SoundCloud).

Foi a partir do lançamento da Deepartament Records que Sheipz começou a definir seu estilo.

“Como eu vim do rock, comecei a abrir um pouco a cabeça começando a ouvir The Chemichal Brothers, Fatboy Slim, The Crystal Method, que é a galera mais das antigas e que faz um eletrônico mais experimental, diferente do eletrônico de pista e de festival. Parti do experimental, testando um pouco de tudo, juntando referências, até maturar e chegar no meu estilo atual que puxa mais para o Deep House. Navego por todas as vertentes do House [House, Deep House e Tech House], sem me preocupar com rótulos, e sim, se a música vai soar bem aos ouvidos”, explica.

Os feitos continuaram. Presente no mesmo EP da música Bang!, a música Come On And Feel It caiu na graça dos produtores do seriado Me Chama de Bruna, do canal Fox Play, de São Paulo. A série baseada na história da garota de programa Bruna Surfistinha foi ao ar com dois minutos de Come On And Feel It trilhando cenas um tanto “quentes”.

O licenciamento desses dois minutos de trilha sonora foi agenciado por uma empresa do Rio de Janeiro que trabalha com banco de áudios. Marcos cadastrou a música no site da empresa, através do qual os produtores da série a conheceram e escolheram. Outra importante ponta de Come On And Feel It em televisão foi em um trecho curto de um seriado do Casseta & Planeta no canal Multishow.

Produção

Nas cercanias do Pantanal Mato-grossense, do alto do arranha-céu onde mora, Sheipz faz das horas vagas entre os jobs publicitários e as salas de aula universitárias o seu laboratório musical. Seu home studio ainda é considerado “enxuto”, mas já é algo diferenciado.

“Hoje em dia tudo está mais simples. Se o cara quiser ele produz com um notebook e um fone de ouvido, sem nenhum recurso a mais. Pra ter mais originalidade e qualidade eu uso também o Ableton Live como programa de gravação, uma controladora simples da Novation e um sintetizador Roland System-1, além dos samples de sons, alguns VSTs e plugins de sintetizadores para fazer sequenciadores, baixos e timbres específicos”, expõe.

Até 2014, Marcos era – e não deixou de ser – um roqueiro que fazia ponta como tecladista em diversas bandas cuiabanas, autorais e covers, tendo iniciado nos palcos da interiorana Nova Mutum (MT) com passagem por Chapecó (SC).

Aliás, é de “Chapecó” a origem do apelido – dado pelos amigos cuiabanos – que mais tarde Marcos adotou como nome artístico. Mas em 2015, exatos 15 anos após sua estreia como roqueiro das teclas, o paranaense natural de Palotina, que ganha a vida como publicitário e professor universitário, deu uma chance à música eletrônica.

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