Política

Desembargador diz que esquema na Saúde vai além de contratação de indicados políticos

Luiz Ferreira, autor de decisão que tinha afastado Emanuel Pinheiro, fez ressalvas ao ministro Ribeiro Dantas sobre devolução de cargo

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Desembargador diz que esquema na Saúde vai além de contratação de indicados políticos
(Foto: Assessoria de Imprensa/TJMT)

O desembargador do Tribunal de Justiça Luiz Ferreira da Silva diz que as atividades da suposta organização criminosa na Secretaria de Saúde de Cuiabá não se limitam à nomeação de indicados políticos. 

As atividades do grupo teriam sido identificadas em operações policiais posteriores à Capistrum, que afastou o prefeito Emanuel Pinheiro do cargo no fim de 2021. A ressalva está em ofício encaminhado ao ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Ribeiro Dantas, ontem (11). 

O desembargador informou ao ministro o cumprimento da ordem de devolver o cargo de prefeito a Emanuel Pinheiro. Mas com as ponderações de que o recurso da defesa pode ter conteúdo diferente. 

“[…] diversamente do sustentado pelos impetrantes, a organização criminosa levada em consideração não guarda qualquer relação com aquela narrada na Operação Capistrum [outubro de 2021], que tinha por objetivo as ‘contratações ilegais de servidores temporários na Secretária de Saúde de Cuiabá e no pagamento indevido do prêmio saúde’”, disse. 

A decisão do desembargador de afastar Emanuel Pinheiro do cargo foi tomada com base no relatório técnico de 2024 da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e do Núcleo de Ações de Competência Originárias (Naco). 

Conforme o desembargador, os indícios da suposta participação de Emanuel nos crimes investigados foram coletados das operações na Secretaria de Saúde, cerca de 20 até o momento. Mas, 10 foram deflagradas depois da Operação Capistrum. 

O desembargador afirma que a atuação da organização criminosa é mais ampla e inclui o direcionamento de contratos, escolha prévia de empresas a vencer licitações e nomeações de pessoas da confiança do prefeito em cargos estratégicos. 

“O modus operandi consistiu na nomeação, por parte de Emanuel Pinheiro, de comparsas nos cargos de secretários e outros do segundo escalão na pasta da saúde para a realização de ‘contratações direcionadas e fraudulentas de empresas pré-escolhidas, algumas delas fantasmas e outras pertencentes de forma oculta aos próprios investigados, terceiros próximos a eles ou ‘laranjas’, com o objetivo espúrio de auferir vantagem indevida em detrimento ao erário, cuja atuação vem sendo perpetrada de forma reiterada ao longo dos últimos anos”, pontua. 

O ministro Ribeiro Dantas devolveu o cargo a Emanuel Pinheiro na semana passada, 3 dias após a decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva. Em 2021, o prefeito ficou fora do cargo por mais de 30 dias, pelos indícios de contratações irregulares na Saúde. 

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