A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã de hoje (17) a Operação Diaphthora, para cumprimento de 12 ordens judiciais decretadas em investigações que apuraram um suposto esquema de corrupção que teria sido praticado por um delegado e um investigador de polícia em Peixoto de Azevedo.
São cumpridos dois mandados de prisão preventiva, 7 de busca e apreensão e 3 medidas cautelares. Os servidores são investigados pelos crimes de corrupção passiva, associação criminosa e advocacia administrativa.
As investigações iniciaram após denúncias recebidas no Núcleo de Inteligência da Corregedoria Geral, que apontavam o suposto envolvimento de policiais civis, um advogado e garimpeiros da região de Peixoto de Azevedo em situações como a solicitação de vantagens indevidas, advocacia administrativa e ainda o assessoramento de segurança privada pela autoridade policial, o que caracterizaria a formação e uma associação criminosa no município.
Segundo a Polícia Civil, com o aprofundamento das investigações, foram identificados os servidores envolvidos no esquema criminoso, sendo o titular da Delegacia de Peixoto de Azevedo apontado como mentor do grupo e um investigador da unidade como articulador, aliados a um advogado e garimpeiros do município.
Entre os crimes que o grupo é acusado, consta no inquérito que o delegado e o investigador supostamente solicitavam o pagamento de vantagens indevidas para liberação de bens apreendidos; exigiam pagamento de “diárias” para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e, ainda, pagamentos mensais sob a condição de decidir sobre procedimentos criminais em trâmite na unidade policial.
Segundo a Polícia Civil, todos os esquemas e acertos levam à conclusão de que existia um verdadeiro “gabinete do crime”.
O que disse a Polícia Civil?
Em nota, a Polícia Civil de Mato Grosso afirmou que, com a operação, a Corregedoria-Geral “demonstra o caráter republicano em garantir a integridade pública da instituição, investigando e responsabilizando seus integrantes, bem como verticalizando as investigações para desarticular a associação criminosa que agia, de forma oculta, na estrutura estatal, trazendo descrédito às ações da Polícia Civil no município”.
Diaphthora
O nome da operação é uma referência grega ao termo corrupção, cujo significado está atrelado à ideia de um organismo vivo que entra no corpo humano causando destruição dos órgãos pela ação nefasta dele. Traduzindo para as investigações, são as consequências que a corrupção passiva tem quando praticada por servidores públicos e seus efeitos desastrosos no órgão público, ferindo a integridade pública e princípios institucionais da Polícia Judiciária Civil.
(Com Assessoria)